“Levantaram-se
todos os seus filhos [...] para o consolarem; ele, porém, recusou-se
a ser consolado” (Gênesis
37,35).
O
pecado sempre levará você mais longe do que gostaria de ir, reterá
você mais tempo do que gostaria de ficar e lhe custará um preço
mais caro do que você gostaria de pagar. Os irmãos de José jamais
poderiam imaginar que a ferida que causaram no coração de seu pai
fosse tão profunda. Jamais pensaram que depois de vinte e dois anos,
o crime que cometeram ainda estaria vivo em sua memória. Jamais
poderiam imaginar que se transformariam em hipócritas contumazes, a
ponto de ver o sofrimento de Jacó e manter uma mentira por tantos
anos.
Vale
destacar que todos os filhos e filhas de Jacó se levantaram para
consolar o velho patriarca. Diná e suas sobrinhas tentaram, também,
em vão, pacificar a alma atribulada de Jacó. O falso consolo não é
consolo algum. Jacó disse a seus filhos que, chorando desceria até
à sepultura para junto de José. E de fato, o chorou de seu pai
(Gênesis 37.35). É deplorável que mesmo diante do sofrimento
alheio, alguns corações se endureçam a tal ponto de ser os agentes
do mal e ao mesmo tempo os pretensos agentes do consolo.
Eles
fizeram a ferida no coração do pai e querem curá-la com um falso
consolo. Não lograram êxito. Teriam de conviver com os gritos não
ouvidos de José, a tristeza de Jacó e o chicote impiedoso de uma
consciência culpada.
Extraído
do livreto Cada Dia – 12/10/19
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