sábado, 12 de outubro de 2019

UM FALSO CONSOLO


Levantaram-se todos os seus filhos [...] para o consolarem; ele, porém, recusou-se a ser consolado” (Gênesis 37,35).

O pecado sempre levará você mais longe do que gostaria de ir, reterá você mais tempo do que gostaria de ficar e lhe custará um preço mais caro do que você gostaria de pagar. Os irmãos de José jamais poderiam imaginar que a ferida que causaram no coração de seu pai fosse tão profunda. Jamais pensaram que depois de vinte e dois anos, o crime que cometeram ainda estaria vivo em sua memória. Jamais poderiam imaginar que se transformariam em hipócritas contumazes, a ponto de ver o sofrimento de Jacó e manter uma mentira por tantos anos.
Vale destacar que todos os filhos e filhas de Jacó se levantaram para consolar o velho patriarca. Diná e suas sobrinhas tentaram, também, em vão, pacificar a alma atribulada de Jacó. O falso consolo não é consolo algum. Jacó disse a seus filhos que, chorando desceria até à sepultura para junto de José. E de fato, o chorou de seu pai (Gênesis 37.35). É deplorável que mesmo diante do sofrimento alheio, alguns corações se endureçam a tal ponto de ser os agentes do mal e ao mesmo tempo os pretensos agentes do consolo.
Eles fizeram a ferida no coração do pai e querem curá-la com um falso consolo. Não lograram êxito. Teriam de conviver com os gritos não ouvidos de José, a tristeza de Jacó e o chicote impiedoso de uma consciência culpada.

Extraído do livreto Cada Dia – 12/10/19

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