segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

INVESTINDO EM PESSOAS

 

     “Era homem bom, cheio
 do Espírito Santo e de fé.” (Atos 11.20-24).

Quando o assunto é investimento, credibilidade é um dos principais ativos que procuramos. Seja num negócio, na Bolsa de Valores ou mesmo em pessoas. Nos certificamos de que todo o nosso tempo, energia e dinheiro empregados retornarão com juros e correção monetária. Raríssimos são aqueles que investem em algo sem garantia de que haverá ganho certo. Quando isso ocorre, geralmente é ingenuidade ou, quem sabe, genialidade.

No entanto, contrariando as regras, temos um exemplo bíblico: Barnabé, que estava disposto a investir, principalmente em pessoas. Vemos isso na sua disposição em ir para Antioquia acompanhar os primeiros cristãos, em dar um voto de confiança a Paulo quando todos diziam o contrário, e a propor uma segunda oportunidade a João Marcos, mesmo tendo ele voltado atrás no meio de um empreendimento missionário.

Sempre correremos o risco de decepções e, de fato, devemos ser cautelosos em nossas ações. Contudo, apesar dos riscos, com Barnabé aprendemos uma importante lição. Seus investimentos em pessoas legaram uma das mais importantes igrejas da história do cristianismo, o autor de um dos evangelhos e o apóstolo dos gentios. Investir em pessoas continua sendo uma das maiores contribuições para o reino e um dos mais profundos gestos de amor para com o próximo.

Extraído do livreto Cada Dia – 28/02/22

domingo, 27 de fevereiro de 2022

LUCAS, O MÉDICO DE ALMAS

 

  “Saúda-vos Lucas,
 o médico amado.” (Colossenses 4.10-14).

Há séculos que os estudantes de medicina recitam na formatura o Juramento de Hipócrates. Parte dele diz: “Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém”. Felizmente, excelentes profissionais levam essa promessa a sério, minimizando a dor e o sofrimento de muitos. Contudo, nem sempre essa é a realidade, pois há aqueles que colocam seus interesses à frente do compromisso e do próximo.

Numa época em que a medicina ainda era incipiente e do domínio de poucos, temos entre os apóstolos e evangelistas o nome de Lucas. Também figura entre os maiores escritores do Novo Testamento, com dois grandes livros, um evangelho e o livro de Atos. Acompanhou boa parte do ministério de Paulo, fez viagens missionárias e muito do que sabemos sobre as primeiras décadas da igreja devemos a ele.

Porém, chama a atenção o seu cuidado especial com Paulo. Sabemos que era doente, como atesta em algumas de suas cartas, logo, precisando de cuidados especiais. Lucas poderia ter priorizado sua carreira profissional, porém, escolheu estar ao lado de alguém que levava uma mensagem que curava almas e não somente o corpo. Que o exemplo de Lucas nos inspire a sermos engenheiros, advogados, vendedores e professores amados.

Extraído do livreto Cada Dia – 27/02/22

sábado, 26 de fevereiro de 2022

CONVÉM QUE EU DIMINUA

 

    “Convém que ele cresça
 e que eu diminua.” (João 3.25-30).

Podemos dizer que João Batista teve uma personalidade e trajetória de vida, no mínimo, exóticas. Seu nascimento foi predito no Antigo Testamento, ele era cheio do Espírito Santo desde o ventre materno, antes de Jesus Cristo foi o maior dos profetas, o anúncio de sua concepção foi dado no mais interior do templo, mesmo sendo estéril sua mãe o gerou, e ele teve hábitos pessoais nada comuns. A sua pregação era poderosa e multidões iam ao deserto ouvi-lo e serem batizadas por ele.

Poucas pessoas teriam uma biografia tão significativa sem serem tomadas de um sentimento de superioridade ou demasiada importância. Porém, João Batista não tinha esse perfil. Aliás, quando ele foi avisado que seus discípulos o deixavam para seguir a Jesus, ao invés de uma crise de ciúmes, ele disse: “convém que ele cresça e eu diminua”.

Aparentemente, é fácil falar desse modo, mas, ao percebermos o que isso significa, concordaremos que somente alguns têm essa coragem. Todos podem desejar que Cristo cresça, mas, e se isso implicar em que diminuamos e sejamos esquecidos? João Batista já havia dito que ele não era digno de desamarrar as sandálias de Jesus. A pergunta que podemos nos fazer no dia de hoje é se manteremos o desejo de ver o nome de Cristo exaltado se isto levar o nosso a ser esquecido?

Extraído do livreto Cada Dia – 26/02/22

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

SOMENTE O NECESSÁRIO

 

    “[...] pouco é necessário ou
 mesmo uma só coisa;”. Lucas 10.38-42

Certa vez, uma amiga me contou que em seu prédio fora dado o aviso de um provável incêndio e que cada morador descesse somente com o que fosse indispensável. Ela pegou seus cachorros, seu filho adolescente e o celular. Nada mais ilustrativo para revelar o que valorizamos. Contudo, no dia a dia, a tendência é não fazermos essa análise, confundindo o essencial com o supérfluo.

Neste sentido, a passagem bíblica em que Maria estava sentada aos pés de Jesus Cristo ouvindo seus ensinamentos, enquanto Marta se agitava para deixar tudo em ordem, é emblemática. Ao se queixar de que sua irmã não a ajudava nos afazeres, Jesus a advertiu sobre o perigo de nos envolvermos demasiadamente com muitas coisas e acabarmos por esquecer do que realmente importa, daquilo que é necessário.

O homem moderno tem dividido sua atenção e energia cada vez mais com diversas e diferentes ocupações; ser multifuncional é a palavra de ordem. No entanto, o estresse, as crises emocionais e o cansaço aumentam proporcionalmente a medida deste desdobramento. Vivemos a sociedade do cansaço, da impaciência, da ansiedade, ou seja, a maioria de nós está doente. Mais do que nunca devemos estar aos pés do Mestre, aquietar o coração e aprender a buscar o que é necessário.

Extraído do livreto Cada Dia – 25/02/22

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

PREPARADO PARA MORRER?

 

   “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo,
 [...] porque os meus olhos já viram a tua salvação.” (Lucas 2.28-32).

Por vezes se diz que o objetivo da Filosofia é preparar para a morte. Porém, será que em algum momento podemos dizer que já estamos prontos para morrer? Se sim, quando seria essa ocasião? Pensemos numa pessoa que viveu por muito tempo e agora, idosa, junto aos seus familiares, com o sentimento de dever cumprido, serenamente espera a cortina do palco da vida se fechar.

Mas, excluindo esse cenário, será que há um momento em que se possa dizer que estamos prontos para a morte? Há um homem que entendeu que sim. Seu nome era Simeão e ele é mencionado apenas uma vez na Bíblia, na ocasião em que Jesus, com oito dias, foi levado pelos seus pais para a circuncisão. Ao ver o Messias prometido ele disse: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, [...] porque os meus olhos já viram a tua salvação”.

Logo, não são as realizações ou a quantidade de anos vividos que definem se alguém está pronto para morrer e, sim, se esta pessoa já viu a salvação em Cristo Jesus. A esta, a despedida será em paz, porque já alcançou a promessa da vida eterna. Contudo, o contrário também é verdadeiro. Sem este encontro pessoal e transformador com Cristo, nunca estaremos prontos para morrer, independentemente do quanto se tenha vivido ou filosofado.

Extraído do livreto Cada Dia – 24/02/22

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

UM MINISTÉRIO BEM-SUCEDIDO

 

     “Antes que eu te formasse no
 ventre materno, e te conheci [...].” (Jeremias 1.5-10).

A vida e o ministério do profeta Jeremias são descritos com riqueza de detalhes praticamente maior do que todos os demais profetas, pontos dignos de um roteiro bem adaptado para o cinema. Sua trajetória, seus infortúnios e sofrimento permeiam cada página do livro que leva seu nome. Sua resistência e fidelidade foram testadas ao limite e não foram poucas as vezes que sua vida correu perigo.

Porém, o que chama a atenção é que em seu chamado profético, Deus disse que ele fora vocacionado para o ministério antes mesmo de ser um embrião. Talvez, se algum de nós tivesse uma experiência semelhante, logo pensaria numa vocação para a realização de coisas grandiosas e feitos memoráveis. Quem sabe uma carreira de sucesso, altos postos políticos, um evangelista ou pregador famoso sendo ouvido por milhares de pessoas.

Contudo, esta não foi a realidade de Jeremias, aliás, praticamente não deram ouvido à sua pregação, atentaram contra a sua vida, debocharam de sua mensagem e mal sabemos ao certo como ele terminou seus dias. Isso tudo porque ele era um escolhido. Ou seja, ser chamado por Deus não é sinônimo de sucesso, pelo menos aos olhos humanos. O nosso êxito será medido pela fidelidade e pela capacidade de nos mantermos na posição em que o Senhor nos colocou.

Extraído do livreto Cada Dia – 23/02/22

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

VISÕES NO DESERTO

 

    “[...] estando eu no meio dos exilados, junto ao rio
 Quebar, se abriram os céus e eu tive visões de Deus.” (Ezequiel 1.1).

Ezequiel, com Daniel e Jeremias, foram profetas que testemunharam a invasão babilônica a Jerusalém cerca de seis séculos antes de Cristo. Enquanto Daniel foi levado para trabalhar na corte real e Jeremias ficou na capital de Judá, Ezequiel exerceu seu ministério profético entre os exilados. Ali ele presenciou o sofrimento do povo, mas, também soube a razão pela qual sua cidade e o templo tinham sido destruídos.

Em seu livro, Ezequiel conta que estava entre os exilados, junto ao rio Quebar. Essa cena melancólica pode ser descrita como centenas de famílias em tendas, no calor do Oriente Médio, longe de suas casas, sem perspectiva de retorno e olhando ao longe como se buscassem alguma resposta para o que havia acontecido às suas vidas. Contudo, é exatamente neste ambiente desolador que Ezequiel viu os céus se abrirem e teve visões de Deus.

Cada um de nós tem o seu momento sentado às margens do rio Quebar, olhando fixamente para o nada e sem entender o que está acontecendo à sua volta ou em sua própria vida. Porém, foi num momento semelhante que Deus chamou Ezequiel e fez dele um portador de sua mensagem. Da mesma forma, Deus pode rasgar o céu sombrio que pesa sobre nossas cabeças e se manifestar desvendando sua vontade, transformando o rio Quebar de nossa vida em uma fonte que nasça diretamente do trono de Deus.

Extraído do livreto Cada Dia – 22/02/22

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

DEVOLVIDO AO SENHOR

 

   “[...] levantou-se Ana, e, com amargura de alma,
orou ao Senhor, e chorou abundantemente.” (1 Samuel 1.9,10).

Se lhe fosse concedido fazer um único e importante pedido, qual você faria? Aliás, para quem ou para que esse pedido seria realizado? Esta é uma pergunta importante e que pode indicar por que algumas de nossas orações não são respondidas. Na carta de Tiago lemos que não temos por que pedimos mal e somente em proveito próprio. Ana, mãe do profeta Samuel, é um exemplo sobre a forma e o propósito dos pedidos que devem ser feitos a Deus.

O comovente relato bíblico nos informa que, em uma das visitas ao templo para oferecer sacrifícios, ela orou e chorou abundantemente, com amargura de alma, pois não havia recebido o privilégio de ser mãe. Porém, o que chama a atenção é que, após ter sua oração respondida, ela volta ao mesmo lugar e entrega seu filho aos cuidados do profeta Eli para que servisse a Deus todos os dias da sua vida.

Em ocasiões semelhantes, poderíamos esperar uma mãe superprotetora e que temesse a todo momento perder seu único filho. Quanto ao que pedimos em nossas orações, a quem ou o que temos em vista? Não é ilícito termos desejos realizados, mas quando eles visam somente nossos interesses, nos esquecendo que, antes tudo, vieram do Senhor e a ele pertencem, corremos o risco de não ter nossas orações respondidas.

Extraído do livreto Cada Dia – 21/02/22

domingo, 20 de fevereiro de 2022

UMA ESTRANHA NO NINHO

 

    “Pela fé, Raabe, a meretriz, não foi destruída com os 
desobedientes, porque acolheu com paz aos espias.” (Hebreus 11.30,31).

O capítulo 11 da carta aos Hebreus é historicamente conhecido como a galeria da fé. No entanto, se coubesse a cada um de nós fazer uma lista desse gênero, quais nomes escreveríamos? Talvez mencionássemos apenas os nomes mais ilustres da narrativa bíblica e, provavelmente, Raabe, uma prostituta, moradora de Jericó, não estaria incluída.

Contudo, se assim pensássemos, cometeríamos uma contradição, pois uma vez que a fé é um dom de Deus, os méritos não poderiam ser critério para essa galeria. Por isso que nomes como o de Raabe, da mulher siro-fenícia, do centurião romano, de Zaqueu, de Maria Madalena, do ladrão da cruz e tantos outros pecadores e meretrizes que, de acordo com Jesus, precederiam os fariseus no Reino dos céus, não deveriam nos surpreender ao figurar numa galeria da fé.

A razão descrita no caso de Raabe é: ela acolheu com paz os espias enviados por Josué, ou seja, reconheceu sua situação de dependência de Deus. O mesmo pode ser dito para todos os demais nomes, como Abraão, Moisés e Davi. Logo, o nivelamento não foi pelo que sobrava e sim pelo que faltava. Por isso, não deveríamos estranhar nomes como o de Raabe ao lado do nosso nome. Neste ninho o que temos são pecadores salvos pela graça, mediante a fé, e ninguém mais além dessa condição.

Extraído do livreto Cada Dia – 20/02/22

sábado, 19 de fevereiro de 2022

ENTRE TENDAS E ALTARES

 

    “[...] peregrinou [...] porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.” (Hebreus 11.8-10).

Descrito como o pai de todos os que creem, Abraão é um dos personagens mais ricos da Bíblia pelo que representa e inspira. Com ele Deus fez a sua aliança prometendo-lhe grandiosa descendência. Também lhe prometeu uma terra e que nele seriam abençoadas todas as famílias do mundo. Enquanto peregrinava, em alguns lugares armava as suas tendas e em outros edificava um altar.

Mas Abraão também teve os seus reveses pessoais. Entre eles o de agir quando deveria esperar, ou de se manter inerte quando deveria agir. No primeiro caso, em vez de esperar o filho prometido, Isaque, tentou resolver a situação por si mesmo. No outro caso, quando lhe fora dada a ordem de percorrer Canaã, fixou residência. Em ambas as situações as consequências não foram nada agradáveis. Um filho com a escrava e o envolvimento em uma guerra.

Como filhos de Abraão estamos diante do mesmo dilema. Por vezes devemos agir, ora devemos esperar. O difícil é discernir a diferença e saber o momento certo, sendo que nas duas se requer fé e confiança. Abraão aprendeu a lição e podemos aprendê-la. Termos comunhão diária com Deus e pedir-lhe sabedoria para quando agir ou esperar. Enquanto isso, nossa vida também será entre tendas e altares.

Extraído do livreto Cada Dia – 19/02/22

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O CÉU É O LIMITE

 

   “Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma
 torre [...] e tornemos célebre o nosso nome.” (Gênesis 11.4).

Após o dilúvio a população começou a aumentar, porém, ao contrário da ordem divina que era a de se espalharem pela terra, se concentraram numa região, resolveram construir uma cidade e a famosa Torre de Babel. Geralmente lembramos da torre, mas deixamos de observar que o projeto era muito maior. Ela era apenas parte de uma cidade que estava sendo construída e com um objetivo muito claro: fama e poder.

Em grande medida, boa parte das realizações humanas advém destes dois propósitos. Ser conhecido pelo maior número de pessoas possível e estar acima delas. No íntimo, essas são duas forças motivadoras, nada nobres, que ajudam a impulsionar a história humana. Porém, o texto bíblico nos diz que Deus confundiu a comunicação entre esses habitantes pós-diluvianos, pondo um limite ao intento deles.

O ser humano ainda continua ambicionando fama e poder. Quer, tal como a Torre de Babel, tocar o céu com suas realizações e fazer seu nome conhecido por todos. Porém, o mesmo Deus, por vezes, limita esta ambição, fazendo-o lembrar de sua fragilidade, finitude e dependência divina. Os gemidos da natureza, que sofre e suporta angústias, fazem parte deste poder limitador. Tudo isso para que aprendamos que a nossa cidade definitiva não será edificada por mãos humanas, mas pelo Senhor.

Extraído do livreto Cada Dia – 18/02/22

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

UMA BIOGRAFIA DIFERENTE

 

    “Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro
entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.” (Gênesis 6.9).

As pessoas gostam de boas biografias. Elas têm a capacidade de inspirar, comover, informar, criando, inclusive, a sensação de amizade ou proximidade com o protagonista. Biografias são histórias e todos apreciam excelentes histórias. A Bíblia tem diversas e a de Noé é uma delas. Porém, algo chama a atenção. Quando o autor se propõe a contar a história de Noé, não se diz num primeiro momento o que Noé fez, mas quem ele era: homem justo e íntegro e que andava com Deus.

Poucas pessoas serão lembradas pelo que fizeram. Provavelmente o inventor do avião, do telefone ou alguma descoberta capaz de transformar a história. Geralmente são estes os biografados. Mas, com certeza, pelo menos os que conviveram conosco, se lembrarão de quem éramos e isso faz toda a diferença. Conta-se que Steve Jobs, fundador da Apple, era uma pessoa de difícil convivência e, certamente, fazia diferença para quem estava ao lado dele e é isso que elas contarão.

Logo, cabe aqui uma reflexão. Caso um dia escrevessem sua biografia, como seria o resumo dela? Um grande feito, uma invenção, uma carreira bem-sucedida? Sim, essas coisas são importantes, aliás, Noé construiu a arca. Mas sua história é a de quem ele era, muito mais do que fez. E nós? Seremos lembrados pelo que fizemos ou por quem fomos?

Extraído do livreto Cada Dia – 17/02/22

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

A FONTE DE JUVENTUDE

 

    “Todos os dias de Matusalém foram novecentos
 e sessenta e nove anos; e morreu.” (Gênesis 5.27).

Quem quer viver para sempre? Freddy Mercury, vocalista da Banda Queen, fez essa pergunta em uma de suas músicas. Ele morreu jovem, vitimado pela Aids. Contudo, a pergunta permanece. Quem quer viver para sempre? Por sua vez, a resposta depende de outra pergunta. Qual tipo de vida? Se for uma vida que se esvai eternamente pela ação do tempo, sem expectativa de um mundo melhor ou num tédio infinito, viver para sempre talvez não seja uma boa opção.

Na primeira genealogia bíblica ficamos impressionados com a quantidade de anos que muitos ali viveram. Mas, qual a razão do registro destas idades inimagináveis? Para dizer que, independentemente do quanto tenham vivido, um dia morreram, inclusive Matusalém, o mais longevo de todos. Constatava-se na prática o que Deus já havia advertido, ainda estando o homem no Jardim do Eden. Apartar-se dele a fonte de vida conduziria, inevitavelmente, à morte.

No entanto, essa sentença seria removida em Cristo. Ele, e somente ele, tem vida e vida em abundância, quem nele crer passará da morte para a vida. Aliás, ele também é a fonte da água da vida. A diferença é que esta vida para sempre não será envolta de monotonia ou num mundo que se desfaz e, sim, num lar para o qual retornamos.

Extraído do livreto Cada Dia – 16/02/22

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

O MELHOR COMPANHEIRO DE VIAGEM

 

     “Andou Enoque com Deus e já não
 era, porque Deus o tomou para si.” (Gênesis 5.24).

Uma boa viagem também é feita de boas companhias. Ainda que seja curta, ter ao lado alguém que reclama, critica ou atrapalha, transforma o trajeto numa penitência. A vida também pode ser descrita como viagem ou peregrinação. Logo, tão importante quanto o trajeto em si, são os companheiros de estrada. Com eles, ou por causa deles, a nossa caminhada será melhor ou pior.

Lemos a respeito de Enoque que andou com Deus. Não são ditas muitas coisas a seu respeito ou sobre sua vida, mas a informação primordial é dada: quem era a sua companhia, quem estava ao seu lado. Neste contexto, andar é mais do que uma presença ao lado, é relacionamento, influência e convivência. Em outras palavras, tudo o que Enoque viesse a fazer, com quem ele conversasse ou mesmo em seus momentos solitários, havia uma referência que lhe influenciava: a presença de Deus.

Em diversas ocasiões afirmamos que Deus está em todo lugar, mas até que ponto a consciência de sua presença influencia nosso viver? Podemos viajar num transporte cheio de pessoas, mas sem nenhum tipo de relacionamento. Por outro lado, uma viagem a dois pode ser cheia de interação. Quando você olha para o lado, quem é o seu companheiro na viagem da vida? Um dia, Enoque foi tão longe com seu amigo de viagem que não voltou mais.

Extraído do livreto Cada Dia – 15/02/22

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

PRIMEIRAS COISAS EM PRIMEIRO

 

     “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais
 excelente sacrifício do que Caim [...].” (Hebreus 11.4).

Uma boa imagem para tentar representar o ser humano do Século 21 é a do smartphone. Ele faz praticamente tudo, até ligações. Da mesma forma, temos de dar atenção a tantas informações, compromissos, desenvolver diversas habilidades profissionais, cuidar das redes sociais e ter opiniões sobre uma infinidade de coisas que, realmente, nos parecemos cada vez mais com o dispositivo cheio de funções.

Além de todo estresse e consequências emocionais que esse labirinto cheio de portas e possibilidades nos acarreta, outro importante efeito colateral está no fato de não sabermos mais discernir o essencial do supérfluo e o urgente do prioritário. No sentido oposto, temos o exemplo de Abel que, depois de morto, ainda fala. Mesmo num mundo diferente do nosso, a Bíblia diz que ele separou das primícias para oferecer a Deus.

Primícias apontam para o que veio primeiro, sem que ainda se tenha certeza do que virá depois. Não é o que sobra ou o que não vai fazer falta. Esse exemplo nos deixa o ensinamento caso queiramos ordenar o nosso mundo interior. O que ou quem realmente importa? Quais atitudes ou pessoas devemos priorizar? A Bíblia nos diz que as obras de Abel eram boas, porque foram feitas com prioridade. Separar o melhor para o que mais importa é um dos primeiros exemplos bíblicos.

Extraído do livreto Cada Dia – 14/02/22

domingo, 13 de fevereiro de 2022

O CAMINHO POR EXCELÊNCIA

 

    “E eu passo a mostrar-vos ainda
 um caminho sobremodo excelente.” (1 Coríntios 12.31).

Amor é uma das palavras mais ricas do vocabulário, mas, que por conta do seu alcance, acaba esvaziada em si mesma. Muito se escreveu e se escreve sobre o amor, seja em poesias, canções, filmes e livros. Enfim, como não há limite para se falar sobre o amor, logo, dentre as possibilidades, nos deteremos em uma apenas: a renúncia que legitima o amor.

Ao discorrermos sobre essa renúncia na prática do amor nos referimos à atitude desinteresseira em nossos atos para com o próximo, ou seja, tudo o que fizermos e todas as nossas motivações têm apenas o nosso semelhante como objetivo. Esse é o amor abnegado, quando não esperamos receber nada em troca. Isso diz respeito tanto ao nosso relacionamento com Deus quanto com os que estão à nossa volta, independentemente da relação que temos com eles.

É deste tipo de amor que Jesus fala, que Paulo descreve em 1 Coríntios 13 e para o qual João aponta em sua primeira carta. Este amor não faz cálculos políticos sobre o retorno de suas ações, não se preocupa em ser reconhecido e não considera o próximo como devedor por ter sido objeto do amor. A fé e a esperança um dia passarão por se concretizarem, mas o amor não; jamais terá fim, pois nos acompanhará pela eternidade, sendo o padrão dos relacionamentos no reino futuro de Cristo.

Extraído do livreto Cada Dia – 13/02/22

sábado, 12 de fevereiro de 2022

UMA FÉ QUE TRABALHA

 

     “Recordando-nos, diante no nosso Deus
 e Pai, da operosidade da vossa fé.” (1 Tessalonicenses 1.3).

A fé cristã pode ser entendida de várias maneiras na Bíblia. Por exemplo, como um dom que nos capacita a crer em Cristo, ou como a confiança que devemos ter em Deus em todos os momentos da nossa vida e até como o conjunto de verdades reveladas recebidas dos apóstolos. Porém, ela também é descrita como uma ação prática que confirma em atos o que afirmamos em palavras. Isto aponta para o fato de que o Evangelho é mais do que a habilidade em repetir fórmulas teológicas, mas, viver em obediência aos mandamentos de Jesus.

Sim, os credos e as confissões de fé são importantes, pois nos dão balizas que nos auxiliam a interpretar a fé cristã num contexto histórico e a não cairmos em erros doutrinários. Contudo, há também o perigo deste tipo de reflexão se transformar em mera curiosidade. Por isso Paulo elogia a operosidade da fé dos crentes na cidade de Tessalônica e Tiago enfatiza que a fé sem obras é morta.

Tanto a esperança quanto a fé fazem parte, junto com o amor, daquelas virtudes que ficaram conhecidas na tradição cristã como virtudes cardeais, ou seja, responsáveis por orientar a vida do discípulo de Cristo. Logo, num momento em que evangélicos são mais conhecidos pelo seu poder midiático ou influência política, impõe-se traduzir a fé em atos de serviço e amor ao próximo.

Extraído do livreto Cada Dia – 12/02/22


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

FIRMES NA ESPERANÇA

 

    “Bendito o Deus e Pai que [...] nos
 regenerou para uma viva esperança.” 1 Pedro 1.3

Para muitos, talvez a esperança possa ser comparada à linha do horizonte. Por mais que você a enxergue e se aproxime, ela sempre se distanciará. Serve como um ponto no futuro, mas inatingível. No entanto, a esperança da qual fala o Novo Testamento é muito mais do que mera expectativa de futuro melhor. É uma bênção concedida aos que foram regenerados pelo Espírito Santo, que os anima na jornada cristã e lhes dá convicção de que alcançarão as promessas de Deus.

Muitas coisas podem ser falsificadas ou imitadas na religiosidade humana, mas a esperança não é uma delas. Ela pode ser alimentada ou passar momentos de crise, contudo, não pode ser fabricada, pois somente o cristão tem um objeto muito específico quanto ao que espera. Esta esperança está posta no que Deus prometeu, na herança eterna e na salvação preparada para seus filhos. Mais do que otimismo, é a certeza de que alcançaremos este horizonte.

A esperança para o cristão também serve como um elemento que ajuda a colocar a nossa vida dentro de uma perspectiva correta. Por causa do que esperamos não colocamos nosso coração naquilo que é transitório, como bens, fama ou poder. Mas, também por ela, suportamos os sofrimentos desta vida, confiantes no que está reservado para os filhos de Deus.

Extraído do livreto Cada Dia – 11/02/22

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

NADA ALÉM DA VERDADE

 

   “Seja, porém, a tua palavra:
 Sim, sim; não, não.” (Mateus 5.37).

Ao longo do tempo o ser humano criou mecanismos para que os compromissos assumidos fossem cumpridos, tanto os de natureza religiosa quanto os civis. Por isso temos testemunhas, leis, contratos, registros, cartórios e juramentos. Ao mesmo tempo que estas instituições normatizam a convivência social, também revelam o quão pouco confiáveis somos, pois precisamos ser controlados por ferramentas externas. Até mesmo o crime de falso juramento foi tipificado para se garantir a verdade.

Contudo, apesar de importantes, essas precauções seriam desnecessárias caso seguíssemos o ensinamento bíblico que é o de não mentir e promover a verdade. Porém, infelizmente, mais do que nunca, temos infringido este mandamento. Desde um simples, “estou chegando”, quando na verdade nem começamos a nos arrumar, até outras mentiras mais deliberadas para obtermos algum tipo de vantagem.

Devido ao avanço das ferramentas de comunicação, como a internet, multiplicam-se também as mentiras, principalmente pelas redes sociais. Colaboramos para isso quando espalhamos informações sem conhecer a procedência, fonte, veracidade e intenção. Assim, destruímos reputações, manchamos nomes e criamos realidades paralelas. A exortação é clara: que o sim, seja sim, que o não, seja não. O que passar disso vem do maligno.

Extraído do livreto Cada Dia – 10/02/22

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

A VERDADEIRA PUREZA

 

    “Se o teu olho direito te faz tropeçar,
 arranca-o e lança-o de ti; [...].” (Mateus 5.29,30).

Em Provérbios 4.23 lemos que o coração é o bem mais precioso que se deve guardar, pois dele procedem as fontes de vida. No entanto, isto não pode ser feito sem uma grande dose de disciplina e auxílio do alto. Tanto é que Jesus a compara a arrancar um olho ou cortar um braço caso eles nos façam pecar. Mas, qual o motivo desta advertência e a sua relevância? A resposta é que, tanto quanto a violência, a impureza nasce no coração.

Não muito diferente da sociedade judaica no primeiro século, vivemos uma religiosidade legalista, em que as pessoas são rotuladas ou julgadas por um padrão que entendemos superior. Não que os atos não importam, mas o olhar de Deus é mais profundo, pois somos capazes de praticar em oculto o que reprovamos em público.

No texto Jesus está falando sobre o adultério, o que era inaceitável, sobretudo para a mulher. Contudo, Cristo coloca todos na mesma condição ao afirmar que os juízes são tão culpados quanto os réus, uma vez que no coração todos cometem impurezas. Mas, também o Senhor nos dá o remédio que, em muitos casos, é amargo. Logo, numa sociedade em que a impureza foi naturalizada, a luta é mais do que diária. É constante. Olhos, ouvidos, conversas e palavras devem estar sob constante vigilância caso queiramos um coração puro.

Extraído do livreto Cada Dia – 09/02/22

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

VIOLÊNCIA, RECONCILIAÇÃO E CULTO

 

    “Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento [...].” (Mateus 5.22).

Há certo gosto macabro pela violência e pela morte e que ronda a mente de muitas pessoas. O sucesso dos videogames e dos filmes violentos, noticiários sensacionalistas e séries destes gêneros apontam para a constatação. Porém, o problema é até que ponto essa predileção banaliza a vida e anestesia a sensibilidade humanas? É uma questão que merece atenção e estudo. Contudo, esse ambiente hostil não seria reflexo de algo mais profundo e íntimo?

Quando nos Dez Mandamentos Deus disse para não matar, mais do que coibir a violência, o propósito era a promoção da vida, uma das expressões da imagem e semelhança de Deus no homem. Contudo, a tradição religiosa e legalista judaica resumiu este mandamento a mera observação externa. Violento era somente quem matava. Porém, como é feito ao longo do Sermão do Monte, Jesus aprofunda esse mandamento.

A valorização da vida e o respeito ao ser humano começam em nossos sentimentos, ecoam nas palavras e condicionam o nosso culto. A legitimidade das ofertas que tanto valorizamos está ligada à necessidade ou não de reconciliação com aqueles que têm algo contra nós. Dito de outra maneira, o sangue derramado é resultado direto de um mundo interior conturbado e de uma sociedade que desaprendeu a valorizar a vida.

Extraído do livreto Cada Dia – 08/02/22

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

UMA CAUSA NOBRE

 

    “Bem-aventurados sois quando, por minha causa,
vos injuriarem, e vos perseguirem [...].” (Mateus 5.11).

Em alguma medida, cada um de nós necessita de uma causa. Elas têm a capacidade de nos motivar, dar sentido para a vida e o sentimento de importância e relevância tão necessários para a nossa existência como pessoas. Por sua vez, algumas causas podem atrair mais adeptos ou resistências do que outras. Umas ficam um tempo na moda e logo desaparecem e há outras que atravessam séculos.

No Sermão da Montanha, o salvador Jesus Cristo nos lembra que nem sempre a causa que leva o seu nome nos trará os benefícios que desejamos. Na verdade, poderá ser a fonte de muitos problemas. Porém, aqui temos de tomar cuidado, pois essa bem-aventurança diz respeito à causa de Jesus e não à nossa, que para legitimá-la, por vezes, dizemos que é a de Cristo.

Logo, essa perseguição é a que vem sobre os humildes de espírito, aos que choram, aos mansos, aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos limpos de coração e aos pacificadores. Ou seja, pode não ter relação com a nossa agenda pessoal. Nestas condições e a estes é que Jesus prometeu uma recompensa nos céus (e não aqui), que ao certo não sabemos o que é, mas, com certeza, tem a ver com a expressão de servo bom e fiel. Se por causa do nome de Cristo, e não do nosso, formos perseguidos, caminhamos em direção à bem-aventurança prometida.

Extraído do livreto Cada Dia – 07/02/22