quinta-feira, 25 de abril de 2019

ACHAVAM-SE ALI

Achavam-se ali, sentadas em frente da sepultura,
Maria Madalena e a outra Maria.
Mateus 27.61

Que coisa sem sentido é a mágoa. Ela nos impede de aprender e conhecer, e até mesmo de quer aprender. Quando aquelas mulheres sentaram-se tristes junto ao sepulcro de Filho de Deus, acaso viram os dois mil anos de triunfo que chegaram até nós? Não. Elas nada viram senão isto: “Nosso Cristo se foi!”.
O nosso Cristo veio daquela perda que elas sofreram! Milhares de corações que choram têm tido ressurreição, no meio de sua tristeza; mas os observadores chorosos olham para o prenúncio de vida que ali desponta, e nada vêem. O que as mulheres contemplavam como o fim da vida era exatamente a preparação para a coroação: pois Cristo estava em silêncio, para que pudesse viver outra vez com toda a exuberância de poder.
Elas não viam isto. Lamentaram, e choraram, e foram-se; depois voltaram ao sepulcro, movidas pelo coração. Ainda não passava de um sepulcro – sem futuro, sem mensagem, sem significado.
Conosco também é assim. O homem senta-se em frente ao sepulcro no seu jardim, e diz: “Esta tristeza é irremediável. Não vejo nela benefício algum. Não tirarei dela consolação”. Contudo, muitas vezes é nas piores adversidades que está o poder de Cristo, esperando o momento de entrar em cena para nos livrar.
Onde parece estar a nossa morte, está o nosso Salvador. Onde termina a esperança, ai está o mais promissor começo dos frutos. Onde a treva é mais densa, ai está para raiar a fulgurante luz que não conhece ocaso. Quando a experiência toda está consumada, nós descobrimos que o jardim não é desfigura pela presença do sepulcro. Nossas alegrias se tornam melhores se há tristeza no meio delas. E as nossas tristezas são iluminadas pelas alegrias que Deus plantou à nossa volta. As flores podem não ser as de que mais gostamos, mas são flores do coração – amor, esperança, fé, alegria, paz – estas são as flores plantadas ao redor de cada sepultura cavada no coração do crente.

Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 25/04

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