NO QUARTO

 

“Daniel… se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer.” (Daniel 6.10). O rei da Pérsia, Dario, emitiu decreto que proibia qualquer pessoa de orar ao seu Deus durante trinta dias, sob pena de ser lançado numa cova com leões. O que você faria se soubesse que sua vida de oração seria castigada com a pena de morte? Daniel poderia conversar com Deus sem que percebessem que estava orando. Ele poderia ir a um lugar secreto. No entanto, Daniel escolheu orar publicamente e receber a pena de morte. O profeta Daniel fez questão de mostrar que ele estava orando. Ele vai para o segundo andar da sua casa, algumas traduções incluem que as janelas estavam abertas; ali ele fica ainda mais visível. Ele se ajoelha e se coloca na direção de Jerusalém, local conhecido por ser a habitação do Deus de Israel. Percebe a importância que a oração tinha na vida de Daniel? Ele prefere orar a salvar a vida. Ele prefere ser devorado por leões do que ser privado de orar. “Dario, você pode tirar a minha vida, mas você não vai tirar o meu tempo a sós com o meu Deus.” Eu não acredito que ele foi orar para permanecer firme. Ele permaneceu firme porque orava. É no quarto secreto da oração que as maiores batalhas são vencidas. Não nos falta tempo para orar, o que nos falta é a consciência de quais são as nossas prioridades. A gente arruma tempo para o que realmente a gente ama. Extraído do livreto Cada Dia – 31/08/23

NA FORNALHA

 

“… vejo quatro homens… passeando dentro do fogo… e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.” (Daniel 3.25). Nabucodonosor, rei da Babilônia, mandou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego para dentro do fogo. Entretanto, mal ele sabia que o lugar da prova é o lugar da íntima comunhão com Deus. Alguns teólogos acreditam que esse quarto homem é uma teofania ou uma cristofania, linguagem para falar da manifestação do Verbo de Deus, a segunda pessoa da Trindade, Jesus, antes da sua encarnação. Quem está com eles na fornalha é o mesmo Senhor que disse que estaria conosco todos os dias, em todos os lugares, seja nos palácios ou nas fornalhas, até a consumação dos séculos. É só diante dele que nossos joelhos se curvam. Eu acredito que a fé desses jovens foi um convite para Deus estar com eles ali dentro. Deus usa a fé do seu povo como matéria-prima das suas manifestações na história. Deus tem poder de nos livrar das aflições, mas nem sempre nos livra. Às vezes Deus nos livra nas aflições. Deus não impediu que o rei construísse a imagem. Deus não impediu que o decreto fosse feito. Deus não impediu que esses três jovens fossem acusados. Deus não impediu que a fornalha fosse aquecida sete vezes mais. Deus não impediu que eles fossem amarrados e jogados nas chamas. Mas Deus impediu que eles fossem mortos. Deus nem sempre nos livra da fornalha, às vezes Deus nos livra na fornalha. Extraído do livreto Cada Dia – 30/08/23

NÃO SE CURVE

 

“… Sadraque, Mesaque e Abede-Nego… não fizeram caso de ti, nem adoram a imagem de ouro que levantaste.” (Daniel 3.12). Não foi difícil ver que os jovens não obedeciam às ordens do rei. Enquanto todos adoravam a imagem, os três se mantiveram de pé e não fizeram a mínima questão de camuflar a resistência. A pena era a fornalha. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego nos ensinam que pior do que perder a vida dentro da fornalha é perder a integridade dentro do palácio. Eles preferem a morte do que a desobediência, preferem sentir a pele queimando por amor a Deus do que o medo da morte. Eles são encurváveis. Talvez você esteja sob pressão como eles, talvez seja uma voz isolada na multidão. Um estranho no ninho. Pode ser na sala de aula onde todos vão na mesma direção, ouvem as mesmas porcarias, consomem as mesmas drogas, são viciados nas mesmas redes sociais, fazem as mesmas coisas. Pode ser no ambiente de trabalho, onde você vê gente incompetente sendo promovida, galgando rapidamente os degraus do sucesso porque se corrompe, porque cede, porque participa de falcatrua, e você percebe que está ficando para trás. Às vezes somos pressionados a renunciar nossos valores para não sofrer danos, a flexibilizar nossa ética para não perder boas oportunidades e bons negócios. Não venda a sua alma para obter vantagens. A sua alma foi comprada pelo sangue precioso de Jesus Cristo e não está à venda! Não se curve! Extraído do livreto Cada Dia – 29/08/23

SÓ EXISTE UM NOME

 

“… quando todos os povos ouviram o som da trombeta… se prostraram… e adoraram a imagem…” (Daniel 3.7). O rei Nabucodonosor manda fazer uma imagem de ouro de 30 metros de altura. Era algo extraordinário para a época e ainda é hoje. Ele queria que todos se curvassem diante dela. Essa imagem não é de nenhum deus da Babilônia, representa a Babilônia, ou seja, o próprio Nabucodonosor. O que chama atenção é que ele não proíbe a adoração a outros deuses. Hoje não é diferente. Todas as religiões são toleradas, mas se você não adorar a imagem diante da qual a maioria das pessoas se curva, você vai ser cancelado, você vai ter seu nome lançado numa fornalha sobremodo acesa, você vai ter sua reputação assassinada. Sabe qual é um dos problemas com esse pensamento aparentemente plural, mas que é absolutamente totalitário? Ele bate de frente com a mensagem do Evangelho. Porque o Evangelho é, ao mesmo tempo, radicalmente inclusivo e radicalmente exclusivo. Radicalmente inclusivo porque todos são bem-vindos e convidados a fazer parte do reino dos céus. Não há acepção de pessoas. Não há ninguém que esteja além do alcance da graça de Deus. No entanto, o Evangelho é também radicalmente exclusivo. Só existe salvação no nome de Jesus Cristo. “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (At 4.12). Extraído do livreto Cada Dia – 28/08/23

SEJA OUSADO

 

“Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu que designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação.” (Daniel 2.16). O rei Nabucodonosor estava no apogeu do seu governo. Ele era inabalável. Estava encastelado no trono mais alto do mundo, chefiava o maior exército do mundo. Ele construiu a cidade mais rica, mais protegida e mais linda do mundo. Mas foi atingido em cheio. O homem mais poderoso do mundo não consegue mais dormir porque está preocupado com um sonho que teve. Ele convocou todos os sábios, magos, encantadores, feiticeiros e astrólogos do império para dizer o que havia sonhado e a interpretação do sonho, caso contrário, todos seriam mortos! É nessa hora que Daniel chama para si a responsabilidade. Daniel escolheu se levantar para ser a solução da crise. Ele diz que Deus daria para ele a revelação do sonho. Que ousadia! Daniel é um jovem cheio de fé. Daniel sabe que seu Deus é grande, capaz de fazer o inimaginável. Quando temos o Deus grande diante dos nossos olhos, fazemos grandes coisas para ele confiando que ele faz grandes coisas por nós. Deus impediu um assassinato em massa porque alguém ousou se levantar para fazer alguma coisa com fé no Deus que realiza o inimaginável e o impossível. Portanto, seja mais ousado na fé. Confie mais em Deus. Quando para o mundo só há o desespero, para os filhos de Deus ainda há a esperança de que portas podem se abrir onde só existem muros. Extraído do livreto Cada Dia – 27/08/23

TRACE LINHAS

 

“Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia…” (Daniel 1.8). De repente, Daniel e seus amigos são arrancados de uma sociedade organizada em torno da Lei de Deus e inseridos numa cultura onde a sua fé não é aceitável, eles são a minoria e suas posições religiosas não são bem-vindas. Agora eles terão de viver sua fé no exílio. Nabucodonosor, rei da Babilônia que destruiu Israel, decide colocar esses meninos ao redor de sua mesa para comer e beber do que havia de melhor naquele império. O convite do rei para trazer esses jovens ao redor da sua mesa comendo e bebendo do bom e do melhor é para que eles tivessem seus corações capturados e encantados com as delícias da Babilônia. Quando Daniel toma a decisão de não se valer da comida e da bebida de Nabucodonosor, está traçando uma linha limite que ele percebe que se cruzar pode comprometer sua lealdade ao Senhor. Daniel não quer se arriscar. Ele não quer testar seus limites. Ele não quer andar na beira do precipício. Quanto mais longe ele estiver de lá, melhor. Ele tomou a decisão de fugir da tentação antes de decidir suportar a tentação. Esse é um bom conselho para você: fuja da tentação antes de decidir suportar a tentação. O que você precisa decidir fazer ou parar de fazer para se manter longe do que pode manter você longe de Deus? Trace linhas limites para você não cruzar. Extraído do livreto Cada Dia – 26/08/23

A PARTE QUE LHE FALTA

 

“Eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade; mas também isso era vaidade.” (Eclesiastes 2.1). Talvez ninguém tenha curtido tanto a vida quanto o rei Salomão. Mas Salomão não só descobriu as coisas boas da vida; ele também descobriu que as coisas boas da vida não eram a parte que lhe faltava. Ele teve tudo o que quis, satisfez todos os seus desejos. Mas sabe qual foi a conclusão? “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol”. (Ec 2.11). Ele está dizendo que é possível você conquistar tudo e continuar vazio. Salomão tinha um vazio que não conseguiu preencher. Perceba que Salomão está falando da vida “debaixo do sol”, que aparece 28 vezes em Eclesiastes e se refere a uma realidade humana, mortal, terrena e passageira. Debaixo do sol é o mundo sem Deus. A grande premissa de Salomão em Eclesiastes é: qualquer projeto de felicidade sem Deus é inútil, é correr atrás do vento, é sem nenhum proveito. Nada finito, nada material pode preencher o vazio existencial. Existe dentro de nós um espaço que tem a dimensão da eternidade e que somente o Deus eterno pode ocupar. Jesus Cristo tem o tamanho exato da parte que falta em você. Jesus trouxe o céu para debaixo do sol. Ele veio para reconciliar o mundo com Deus. Extraído do livreto Cada Dia – 25/08/23

JESUS PARA

 

“Então, parou Jesus e mandou que lho trouxessem.” (Lucas 18.40). Um cego ouve a multidão às portas da cidade na qual ele pedia esmolas e pergunta o que é. As pessoas dizem: “É Jesus de Nazaré”. O mendigo clama por Jesus o chamando de Filho de Davi (v 38). Todos os judeus sabiam que o Messias prometido viria da linhagem do rei Davi. O cego está dizendo que Jesus é o rei prometido. Ele crê e sabe que Jesus é Deus. Bartimeu grita pelo socorro de Jesus. Quanto mais a multidão o mandava se calar, mais ele clamava: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (v 39). Jesus para. Sim, há orações que fazem Jesus parar. No entanto, o mais surpreendente nesta história não é o clamor dele. O que mais me impressiona é o fato de o Rei parar para falar com ele. Bartimeu é aquele ser invisível por quem as pessoas passam todos os dias sem notar seu sofrimento. Mas Jesus enxerga aqueles que estão sofrendo. Que cena! Bartimeu é o miserável e Jesus a misericórdia. E a misericórdia diz: ‘‘Que queres que eu te faça?’’ O Rei se coloca como servo do mendigo cego. Fomos ensinados que devemos trabalhar para Deus. Mas a Bíblia também ensina que Deus trabalha para nós quando confiamos nele. E se Jesus fizesse essa pergunta para você hoje: “O que você quer que eu te faça?” O que diria? Então, vá até Jesus do jeito que você está e fale para ele o que você quer. Extraído do livreto Cada Dia – 24/08/23

JESUS LIBERTA

 

"Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras.” (Marcos 5.5). Esse é o retrato mais bizarro de um ser humano na Bíblia. Esse homem mora num cemitério. Ele é violento. Ele tem força descomunal. Ele não dorme. Ele grita noite e dia. Ele se mutila. Ele não tem paz. Seu corpo é coberto de sangue. Seu mau cheiro pode ser sentido de longe. Ele está desumanizado, bestializado. Ele está possuído por uma legião de demônios. Legião era um termo militar e uma legião romana tinha seis mil soldados. Demônios são seres espirituais do mal que existem para destruir pessoas, famílias, casamentos, relacionamentos entre pais e filhos, amigos e até irmãos na fé. A princípio pode ser difícil se identificar com a situação desse homem. No entanto, mesmo que sutilmente, temos problemas parecidos com os dele. Você se sente oprimido pelo mal? Sem paz interior? Controlado por sua raiva? Com vontade de desistir de tudo, até da sua vida? “Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou…” (v 6). Aquele homem de força incontrolável, cai rendido aos pés de Jesus. As milícias do inferno se curvam e tremem na presença do Rei Jesus. A guerra já foi vencida por Jesus. Satanás já está derrotado. Você nunca pode ser ruim demais a ponto de Jesus não querer amar você. E você nunca pode estar aprisionado demais a ponto de Jesus não conseguir libertar você. Extraído do livreto Cada Dia – 23/08/23

VENHA ANDAR SOBRE AS ÁGUAS

 

“E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.” (Mateus 14.29). Os discípulos estão numa tempestade aterrorizante em alto mar e, de repente, alguém aparece caminhando tranquilamente sobre as águas agitadas. Com medo, eles pensaram ser um fantasma. Então, o apóstolo Pedro diz: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.” “Vem!”, respondeu Jesus (v 29). A expressão que Pedro utilizou “se és tu” pode ser traduzida por “visto que és tu”. Pedro acreditou que era Jesus e que o Filho de Deus poderia fazê-lo participar daquele milagre. Só então Jesus convida Pedro para, como ele, andar por sobre as águas. Pedro experimentou o sobrenatural porque confiou que Jesus poderia lhe capacitar a realizar o sobrenatural. Às vezes, você tem de sair do barco, se arriscar, obedecer sem saber o que vem depois, confiar, para ver o milagre acontecer. O Senhor nos leva até onde a nossa fé vai. A fé desencadeia o sobrenatural de Deus em nossa vida. Quando você realmente confia no poder de Jesus Cristo, você pode ouvir o Filho de Deus dizendo: “venha andar por sobre as águas.” Existem muitas coisas que Deus vai fazer por você. No entanto, ele quer fazer muitas coisas com você. Ele vai fazer, mas quer a sua participação, a sua cooperação, a sua fé como matéria-prima do mover dele na sua história. Extraído do livreto Cada Dia – 22/08/23

NO LIMITE DO SOFRIMENTO

 

“Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar.” (Mateus 14.25). Quando vejo alguém que amo sofrendo, quero agir rápido. Não foi o que aconteceu nessa história. No tempo de Jesus a noite era dividida em quatro vigílias. A primeira, das 6 às 9; a segunda, das 9 à meia-noite; a terceira da meia-noite às 3 e a quarta das 3 às 6 da manhã. Se os discípulos pegaram o barco antes do anoitecer, significa que eles passaram horas no meio da tempestade. Jesus poderia ter ido até eles a qualquer momento. No entanto, esperou até a quarta vigília e os levou ao limite das forças. Acredito que há um jeito semelhante de Deus trabalhar em minha vida, porque raramente entendo o poder do Senhor em meu favor até que seja levado à quarta vigília da noite, ao limite das minhas forças. Uma tempestade na vida não significa que o plano de Deus falhou. Às vezes o plano é a tempestade. Porque elas são pedagógicas; nos ensinam. Às vezes experimentamos mais de Deus no meio da tempestade do que na calmaria. Você pode olhar ao redor e dizer: “Tá difícil!” Quando não há meio, quando não há solução, quando não há porta aberta, quando não há luz, quando não há paz, quando sente que seu barco está afundando, Jesus é capaz de fazer das águas do mar um caminho sólido para se mover na sua direção. Não existe obstáculo para Jesus agir em favor daqueles a quem ele ama. Extraído do livreto Cada Dia – 21/08/23

A CASA DA CELEBRAÇÃO

 

“Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo...” (Salmo 23.5). O destino final do rei Davi é a casa de Deus. No verso 1 ele diz: “O Senhor é o meu pastor.” Agora Deus diz para Davi: “E você é meu amigo.” O objetivo de Deus em nossa jornada é nos trazer para dentro de sua casa, para perto dele. Deus é o anfitrião que recebe Davi com celebração ao redor da mesa após uma jornada de desafios. Ungir um convidado com óleo, encher o cálice dele com vinho eram símbolos de honra. Os inimigos de Davi testemunham a honra que ele recebe. Uma das palavras mais surpreendentes de Jesus é: “Aquele que me serve, meu Pai o honrará” (Jo 12.26). O apóstolo Pedro repetiu o que Jesus lhe ensinou: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte…” (1Pe 5.6). A fé honra a Deus e Deus honra a fé. Um dia você será honrado pelo Senhor; um dia você vai receber a sua recompensa. Se não do lado de cá da história, certamente do lado de lá, na eternidade. Acima de tudo, Davi tem uma certeza: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre.’’ Davi confia que o seu destino final não é o campo, não é a estrada, não é o vale. O destino final da sua jornada é a Casa do Senhor. Esse será o seu lar eterno. É ali que você vai morar para todo o sempre. Extraído do livreto Cada Dia – 20/08/23

ESSE VALE TEM FIM

 

“… o teu bordão e o teu cajado me consolam.” (Salmo 23.4).

Você pode estar pensando: Como assim? Deus me leva ao vale da dor e diz que está me protegendo? É exatamente isso o que o rei Davi diz. O Senhor caminha ao seu lado para proteger você. Deus nos protege, mas nem sempre evita a dor. Às vezes Deus nos protege com a vara! Ele afasta de nós os inimigos os ferindo. Quantos livramentos já tivemos sem perceber? Deus está a todo instante com seus olhos sobre nós para ser o nosso socorro bem presente na hora da angústia.

Mas ele também nos protege com o cajado. O cajado era usado para puxar a ovelha com força. Em alguns momentos era utilizado para deslocar a perna da ovelha rebelde. Deus também nos protege nos ferindo. Ele nos fere para que sejamos protegidos da autossuficiência, da arrogância. Mas, seja qual for o instrumento que Deus estiver usando, ele está empenhado em proteger você, seja dos outros ou de você mesmo.

O Senhor não promete proteger você das provações. Deus promete que ele vai atravessar o vale de lágrimas ao seu lado para nos proteger de permanecer lá. Um verbo muito importante do Salmo 23 é andar ou atravessar. Davi, quando diz: “ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte…” Ou seja, você vai passar pelo vale, mas não vai ficar lá. O vale da sombra da morte é parte da jornada; não o destino final.

Extraído do livreto Cada Dia – 19/08/23

O VALE DA PROVAÇÃO

 

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo…” (Salmo 23.4). Há momentos na vida em que Deus guia você pelo vale da dor, pelas noites escuras da alma, pelas perdas inesperadas, pelas dores agudas. O rei Davi, autor do salmo, era amado por Deus, foi chamado de homem segundo o coração de Deus, mesmo assim, passou pelo vale da dor, o pior lugar da jornada. O vale é o ambiente onde emergem crises de fé, amargura e decepção com Deus. Como acreditar num Deus de bondade e de justiça quando meus sonhos são reduzidos a pó, quando as minhas orações parecem sem resposta? O filósofo inglês Bertrand Russell disse que “ninguém pode se sentar à cabeceira de um filho à beira da morte e acreditar em Deus.” O rei Davi teve a amarga experiência de sentar-se à cabeceira de seu filho recém-nascido à beira da morte, mas mesmo assim ele acreditou em Deus. Davi não só acreditou em Deus como também se aproximou ainda mais de Deus. Os vales da vida podem ser ambientes da experiência mais íntima e pessoal com o Senhor. É exatamente no vale de trevas e de morte que Davi para de falar de Deus e passa a conversar com Deus. Davi disse: “Ele me faz repousar. Ele me conduz a águas tranquilas. Ele restaura o meu vigor. Ele me guia nas veredas da justiça.” Agora Davi diz: “tu estás comigo.” Às vezes podemos enxergar Deus melhor e mais nitidamente com lágrimas nos olhos. Extraído do livreto Cada Dia – 18/08/23

A ESTRADA DA DECISÃO

 

“Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.” Salmo 23.3 O campo, esse ambiente sem grandes desafios, não resume nossa jornada. Em toda jornada há a estrada com atalhos e cruzamentos. Sempre chega aquele momento na vida quando precisamos tomar a decisão sobre qual caminho escolher. E, às vezes, nosso dilema não é escolher entre um caminho ruim ou bom, mas entre um bom caminho e o melhor caminho. Se esse é o seu caso, a Bíblia diz que Deus é o seu guia nessa jornada. Mas, antes disso, tem de reconhecer que precisa ser guiado e nem sempre você tem o discernimento para tomar a melhor decisão. Como diz o sábio: “Há caminho que parece certo, mas no final conduz à morte.” (Pv 14.12). Se seguir apenas o seu coração, pode acabar entrando pelos atalhos do engano. Além de reconhecer que precisa ser guiado, é fundamental entender como Deus guia você. Deus pode guiar do jeito que ele quiser. Mas existe um modo ordinário e infalível através do qual ele guia a sua vida. Muita gente reclama que Deus não fala com ela. Entretanto, Deus sempre fala. Você pode ouvir Deus através das páginas da Bíblia. Não é por acaso que a chamamos de Palavra de Deus. Não escutamos a voz de Deus porque estamos distantes demais da Bíblia. Ou seja, Deus promete guiar você, ele é o seu guia, mas você precisa se deixar conduzir e se render ao que ele diz em sua Palavra. Extraído do livreto Cada Dia – 17/08/23

O CAMPO DA PROVISÃO

 

“Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso;” (Salmo 23.2). Podemos ter experiências profundas com Deus. É possível enxergar quatro ambientes diferentes neste salmo: o campo, a estrada, o vale e a casa. O primeiro é o campo. É o campo dos sonhos de qualquer ovelha, um animal peculiar, pois tem dificuldade de repousar, é medrosa e não morde. Ovelha não corre rápido, não enxerga bem, não consegue relaxar com uma carga mínima de estresse; é um animal ansioso por natureza. O comportamento das ovelhas e dos humanos é semelhante. Não por acaso Deus nos compara a ovelhas; o que não é um grande elogio. Nós também temos dificuldade de repousar. O que vai nos ajudar a combater o que nos impede de descansar? Saber que Deus vai prover o que precisamos, não o que queremos. Nem sempre o que queremos é o que precisamos. Jesus prometeu que Deus vai suprir o que você precisa, suas necessidades. Jesus ensinou a pedir para Deus suprir as necessidades básicas e diárias: “o pão nosso de cada dia.” Com certeza você tem muito mais do que o pão diário. Pode ser que hoje se sinta nesse ambiente de campo verde e água potável. Consegue dormir tranquilo, tem saúde, a geladeira está cheia, o guarda-roupa tem até peças que nunca usou. Em tempos assim, aproveite bastante, seja generoso com quem não tem o que você tem, e agradecido a Deus porque ele é o seu provedor. Extraído do livreto Cada Dia – 16/08/23

A MELHOR PROVISÃO

 

“O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” (Salmo 23.1). A vida é uma jornada com altos e baixos, derrotas e vitórias, começo e fim. Para mim, o Salmo 23 é um retrato da vida. É possível enxergar quatro ambientes diferentes dessa jornada e como podemos experimentar Deus em cada um deles. Mas, antes de falar sobre esses ambientes, o rei Davi apresenta o resumo da sua jornada no primeiro verso: “O Senhor é o meu pastor.” Davi lembra do tempo em que era pastor das ovelhas de seu pai Jessé e compara Deus a um pastor de ovelhas. A palavra Senhor, em hebraico um impronunciável YHWH em português, fala do Deus que é autoexistente, que era, é, e sempre será. A marca central de Deus é que ele é pessoal, onisciente, onipotente, onipresente, o Deus todo-poderoso que se permite ser chamado de “meu.” Portanto, a conclusão de Davi não pode ser outra: ‘‘nada me faltará’’. Às vezes essa declaração é distorcida. Como se tudo o que você deseja e sonha não vai faltar. Alguns estudiosos da língua hebraica afirmam que a expressão “nada me faltará” pode ser traduzida como “isso me basta’’, ou “isso é suficiente para mim”. É como se Davi dissesse: “Deus, ter você é tudo o que eu preciso.” A maior satisfação de Davi não está nas bênçãos de Deus. Porque a maior satisfação de Davi é Deus, que não é apenas o nosso provedor. Deus é a nossa melhor provisão na jornada da vida. Extraído do livreto Cada Dia – 15/08/23

EU VI O SENHOR

 

“Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos: Vi o Senhor! E contava que ele lhe dissera estas coisas.” (João 20.18). Maria teve a experiência de literalmente ver Jesus! Maria teve experiência pessoal com o Senhor ressurreto. E a vida dela mudou. Tudo foi transformado. Ela parou de olhar a vida com desespero e passou a enxergar a realidade com esperança. Coisas mortas dentro dela ganharam vida porque seus olhos viram o Senhor. Na tradição cristã essa frase “Vi o Senhor” se tornou símbolo de uma experiência pessoal com o Senhor. Nesse sentido, há pessoas que já viram Jesus e outras que ainda não viram Jesus. Há pessoas que estão na igreja, mas que não viram o Senhor. Elas acreditam em Jesus, concordam com as ideias de Jesus e com afirmações teológicas sobre Jesus, cantam para Jesus, gostam de Jesus, admiram Jesus, mas ainda não viram o Senhor. E você já viu o Senhor? Já teve uma experiência pessoal com ele? Você precisa passar pela experiência de ver Jesus. Esse pode ser o dia em que tudo em você vai ser modificado. Você vai parar de olhar a vida com desespero e passar a enxergar a realidade com esperança. Coisas mortas dentro de você vão ganhar vida. A experiência com o Cristo ressurreto vai arrancar do seu coração o medo do amanhã. A experiência com o Cristo ressurreto vai libertar você do pavor da morte. Hoje você pode conhecer Jesus não mais de ouvir falar, mas porque seus olhos o veem. Extraído do livreto Cada Dia – 14/08/23

NÃO FIQUE, VÁ!

 

“… dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20.17). Parece que Maria literalmente segurou Jesus. Ela não queria perdê-lo de vista; queria ficar pertinho dele. Pouco antes, sem saber que era o Cristo ressurreto, ela disse: “Se o senhor o levou embora, diga-me onde o colocou, e eu o levarei”. Levar Jesus? Como assim? Chega a ser cômico. Mas ela está dizendo que é capaz de tudo por ele. Quem ama Jesus é capaz de fazer qualquer coisa por ele. Maria amava Jesus. E não era por menos. A vida dessa mulher tinha sido continuamente oprimida por Satanás. O evangelista Lucas afirma que dela saíram sete demônios (Lc 8.2). Jesus a libertou e mudou sua história. Entretanto, Jesus quer que Maria vá. Jesus não quer ser amado por Maria? Claro que sim. Muita gente que se rendeu ao amor de Jesus quis ficar perto de Jesus, mas ele disse: “Vá!”. “Você me ama? Então vá e conte a todos o que fiz por você.” Jesus ama quando provamos que o amamos indo e contando o que ele fez por nós. Na verdade, a maior prova de que acreditamos na ressurreição de Jesus é quando vamos e contamos que ele vive e reina eternamente. Você realmente acredita que Deus entrou na história, assumiu a nossa humanidade, sofreu, morreu pelos nossos pecados e aniquilou o poder da morte e do inferno em sua ressurreição? Então você não pode se calar diante de um evento dessa magnitude. Extraído do livreto Cada Dia – 13/08/23

JESUS CHAMA VOCÊ PELO NOME

 

“Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Rabôni! (que quer dizer Mestre)!” João 20.16 Jesus chama Maria Madalena pelo nome. Isso é significativo porque nesse mesmo Evangelho, Jesus disse que o bom pastor “chama pelo nome as suas próprias ovelhas” (Jo 10.3). E, além de chamá-la pelo nome, eu acredito que Jesus chama Maria de um jeito que só ele a chamava. Ela já tinha ouvido a voz dele e quando Jesus diz “Maria”, ela responde prontamente: “Mestre!” Maria corre em círculos feito louca à procura do Jesus errado. Do Jesus derrotado. Do Jesus morto. Ela jamais teria encontrado o Jesus certo, o Jesus vitorioso, o Jesus vivo, se ele não a tivesse buscado. Jesus vai até ela e com ternura rompe as barreiras do seu coração e abre os olhos espirituais dela. Nesse momento, Maria é a única pessoa no mundo que acredita na ressurreição de Jesus. Isso foi acidental? Não! Jesus escolheu como primeira testemunha da sua ressurreição uma mulher, que era desprezada, não um homem, que era prestigiado; ele escolheu uma mulher com histórico tenebroso, não um religioso com um grande legado de fé. Jesus não escolheu os mais proeminentes, os mais ricos, os mais bonitos, os mais sábios. Ele escolheu as coisas loucas e fracas deste mundo para manifestar a suprema riqueza da sua graça. Jesus sabe o seu nome, sabe quem você é e o que você fez, apesar disso, ele não desiste de amar você. Extraído do livreto Cada Dia – 12/08/23