Quando
eu tiver que chorar, não haverá ninguém para ouvir meu pranto.
Quando
as lágrimas correrem pelo meu rosto, não haverá ninguém para
secá-las. A me rodear estarão apenas as paredes, os móveis,
discos, livros... Objetos, coisas mortas, sem sentimentos.
Talvez
eu venha a sentir dores e nem mesmo hajam remédios que as façam
parar.
Talvez
eu tenha muito medo e não ouça nenhuma palavra que me dê coragem.
Talvez
eu esteja sempre entre estas paredes, talvez... não sei ao certo.
Talvez
venham muitas lembranças tristes... alegres... algumas muito
distantes, e me tragam muitas saudades e cheguem até a doer, mas
talvez sejam menos doloridas do que as minhas dores físicas.
Talvez
eu me lembre de todos os que estão longe, os que já amei e os que
ainda amo, os que já se foram e os que ficarão.
Mas
em meio a tudo isso, quero que permaneça em mim uma certeza: que não
me abandonastes, Senhor. E quero que me dês a certeza de que
continuas sendo meu Redentor e de que vives. Quero ser como Jó e
dizer: “Bendito seja o nome do Senhor!”. Quero lembrar da cruz no
Calvário e de Jesus, Teu filho, subindo em gló ria,
e sempre ter a certeza que está à minha espera, na cidade dourada.
Quero
ouvir Tua voz me dizer: "A Minha graça te basta".
Mas
a minha maior bênção será quando uma intensa luz me rodear e eu
perceber que não há mais dores e nem lembranças, porque suavemente
meu corpo sobe pelos ares, conduzido pelas mãos de anjos. Não este
corpo, mas o corpo glorificado que me deste, Senhor!
Dora
S. Antoniasse
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