domingo, 28 de fevereiro de 2021

Ofereçamos a Deus

 Ofereçamos a Deus, sempre, em  sacrifício de louvor. Hebreus 13.15

      Um missionário chegou certa vez à entrada estreita e escura de um cortiço e, enquanto procurava entrar, tropeçando nos lixos e entulhos, ouviu uma voz que dizia: “Quem está aí, meu bem?” Riscando um fósforo, viu um quadro de sofrimento e pobreza terrena, mas santa confiança e paz, “talhado em ébano”; com olhos calmos e tocantes, incrustados entre rugas de um rosto preto e marcado, ali estava a velhinha sobre um catre, no meio de farrapos. Era uma noite gélida de inverno, e ela não tinha fogo para se aquecer, nem carvão, nem luz. Não jantar, nem almoçara, nem tomara café. Parecia não ter nada, senão reumatismo e fé no Senhor. Ninguém poderia estar tão completamente exilado de circunstâncias agradáveis, no entanto, o cântico favorito desta velha criatura dizia assim:

          Meu sofrimento ninguém vê

          Ninguém, senão Jesus.

          Meu sofrimento ninguém vê 

          – Glória, aleluia!

          Há vez que estou lá em cima;

          Há vez que estou lá em baixo;

          Às vezes, bem lá em baixo, rente ao pó...

          Às vezes brilha luz ao meu redor!

          – Glória, aleluia!

      E assim prosseguia: “O meu trabalho ninguém vê”, “O meu problema ninguém vê”, com o coro sempre repetindo: “Glória, aleluia!” E a última estrofe dizia:

          Minha alegria ninguém vê,

          Ninguém, senão Jesus!

          “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos”. Somente com palavras bíblicas podemos descrever o ânimo daquela velhinha de cor.

      Vejamos Lutero em seu leito de enfermidade. Entre gemidos, ele conseguiu pregar nestes termos: “Estas dores e aflições são como os tipos que os impressores assentam. Como estão agora, temos que os ler de trás para diante, e parecem sem sentido; mas lá em cima, quando o Senhor Deus nos colocar na vida futura, descobriremos que eles formam uma escrita magnífica”. Mas embora esteja de trás para diante, podemos começar a ler a escrita já aqui! Lembremo-nos de Paulo, andando pelo convés do navio em meio ao temporal, e confortando a tripulação: “Tende bom ânimo”. Paulo, Lutero e a velhinha de cor são como girassóis, olhando sempre para o lado lumin

Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman  28/02


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