ADORADORES SONHAM

 

“Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.” (Salmo 126.1). Celebrando os grandes feitos do Senhor, no retorno do exílio da Babilônia, ocasião ímpar na história do povo de Israel, surge o salmo do sonho. Exílio é estar longe de casa. Mas, talvez, hoje, o pior exílio seja o “exílio de si”. Gente que se prendeu dentro de si mesma. Aqueles que, por conta das inúmeras lágrimas, se fecharam para o mundo e para o outro. Tem gente exilada em uma lágrima escorrida há muito tempo do rosto, ou que não para de escorrer. A boa notícia é que “os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão” (Sl 126.5) e que “quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126.6). O melhor remédio para esse tipo de exílio é sonhar. É provável que nem todos se realizem. Mas, mesmo assim, eles servirão para nos tirar do exílio. O Eterno é especialista em transformar lágrimas em sonhos. Certo é que alguma coisa aconteceu com o povo de Israel, que as bocas cheias de amargor se encheram de risos, e as línguas de murmuração se transformaram em júbilo. Eles reconquistaram a capacidade de sonhar. Porque, disse o salmista, “quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha” (Sl 126.1). Então, a gente vai ao espelho, olha para as lágrimas e faz semblante de quem sonha. Os adoradores sonham e se realizam em Deus. Extraído do livreto Cada Dia – 19/04/25