“A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce.” (Provérbios 27.7). A vida com abundância pode ser um grande perigo. Ora, como pode ser perigoso algo tão bom? Onde está o perigo da mesa farta, da provisão suficiente e do conforto? Quem temeria a prosperidade? Sem apologia ao ascetismo, pois bens materiais são bênçãos de Deus, é preciso que sondemos o coração e avaliemos se as bênçãos ocupam o lugar certo. Qual o perigo da fartura? Podemos nos tornar ingratos. Podemos abafar o tributo de gratidão que devemos a Deus. Acostumados ao sabor da abundância, nosso paladar pode não mais perceber o favor divino. Pecamos sendo ingratos. O acesso à provisão abundante pode fazer com que imputemos a conquista dessa provisão à nossa força, capacidade ou qualquer outro pronome possessivo. Pecamos sendo soberbos. Tudo que temos vem do Senhor. A superabundância pode nos fazer naufragar se nos perdermos em desfrutar do mar da fartura. Perecemos quando o nosso coração é rendido às bênçãos e não ao abençoador. Quanta sabedoria demonstrou Agur, citado por Salomão em Provérbios 30.8, quando clamou ao Senhor : “Afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus.” Extraído do livreto Cada Dia – 11/10/22 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário