“Mas Abrão perguntou: “Ó Soberano Senhor...Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdeiro!” (Gênesis 15.2,3).
O que acontece no coração de Abraão depois de Deus dizer que é o escudo dele? Foi a injeção de ânimo que precisava para curar a angústia? Não! Ele continua decepcionado com a demora. Deus prometeu a ele que seus descendentes seriam tão numerosos quanto o pó da terra e que trariam bênção para o mundo. Mas, ele acabou de sair da guerra, tem esposa estéril e ambos são octogenários. A falta de filhos era encarada como juízo de Deus.
Abraão está decepcionado. E o projeto de Deus de restaurar o mundo através da sua descendência? Deus mudou de idéia? Por que Deus? Abraão é comprometido com Deus, deixou tudo confiando na promessa de Deus. Mas a demora o esmaga. Ele parece inconsolável. Quem nunca viveu isso: “Por que estou passando por essa crise e o Senhor não faz nada?” Como diz o escritor norte-americano Brennan Manning, quando não conseguimos ouvir nada além do som da agonia, nenhuma palavra, por mais sincera, é suficiente para proporcionar consolo.
Por um lado, é pedagógico ver Abraão em crise. Ele é o pai da fé. A fé do pai da fé foi forjada na fornalha da decepção. Na nossa jornada vamos nos deparar com períodos de grande medo e decepção. Deus acolhe nossas decepções e crises de fé. Os que vivem esses momentos de decepção são bem-vindos, porém desafiados na direção da confiança.
Extraído do livreto Cada Dia – 29/04/21
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