sexta-feira, 30 de junho de 2023

OS MILAGRES CONTINUAM

 


Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez.” (João 21.25).

João encerra sua exposição do Evangelho afirmando que se todos os feitos de Jesus fossem relatados, não caberiam no mundo inteiro os livros que seriam escritos (Jo 21.25). Sob o ponto de vista literário, ele utilizou o que é conhecido como hipérbole. Isto é, uma ênfase expressiva que amplifica um significado. O brilhantismo do autor é mais do que figura de linguagem, trata-se do reconhecimento de que a totalidade da glória de Jesus não cabe em um registro.

Quando observamos os relatos bíblicos acerca dos milagres de Jesus, encontramos três grupos de pessoas. O primeiro, formado pelos que observam os milagres. Estão ali no meio da multidão, esse é o grupo dos espectadores. O segundo grupo, das que criticavam os milagres. Estão à espreita, observando cada detalhe, questionando. Esse é o grupo dos opositores. O terceiro grupo é formado por aqueles que viviam os milagres. Aquelas pessoas que não apenas ouviram falar de alguém capaz de curar, mas foram as receptoras do milagre. Este é o grupo dos adoradores.

Historicamente as pessoas têm assumido as mais diversas posturas diante de Deus. Seja qual for o grupo ou mesmo a situação, Jesus não pode ser resumido a um currículo de milagres. Ele fez muito mais do que se pode registrar e, acredite, continua fazendo.

Extraído do livreto Cada Dia – 30/06/23

quinta-feira, 29 de junho de 2023

MOEDA NA BOCA DO PEIXE

 


... o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e abrindo-lhe a boca, acharás um estáter.” (Mateus 17.27).

Não é surpresa que esse milagre esteja registrado apenas no livro de Mateus, um coletor de impostos. Há uma cobrança nesse sentido. É interessante também que Jesus sabe lidar com a coletividade e promover grandes multiplicações de peixes, a ponto de alimentar multidões e encher cestos. Mas ele também é especialista em tratar da singularidade. Eis o milagre de um peixe só. O mesmo ocorre conosco, somos bilhões e ele enxerga a cada um de nós.

Lucas 17.25,26 nos permite entender que Jesus não precisaria pagar aquele imposto. Ele o faz para não escandalizar. É sua última passagem em Cafarnaum antes do martírio. Jesus sempre faz mais do que o necessário. Numa sociedade acostumada a fazer o mínimo, ele nos ensina a virtude do máximo. Entrega e dedicação nós vemos em Jesus.

A ação sobrenatural divina é criativa. Quantas maneiras possíveis havia de se pagar aquele imposto? São incontáveis. Mas Jesus extrapola o possível. Criatividade e poder emanam dele. O pagamento do imposto estava no interior de um peixe. Deveria ser o primeiro fisgado. Ele conhece tudo, ele criou tudo, tudo é dele, por ele e para ele (Rm 11.36). Esse milagre nos encoraja a confiar e a depender dele sempre. Não importa a situação, Jesus tem respostas muito além do que conseguimos imaginar.

Extraído do livreto Cada Dia – 29/06/23

quarta-feira, 28 de junho de 2023

ASSENTADO DEBAIXO DA FIGUEIRA

 


Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.” (João 1.48).

Mais do que um milagre, Filipe foi um dos privilegiados a ouvir o “siga-me” de Jesus. Cristo o encontrou e o convidou para uma caminhada. Entusiasmado, Filipe ao ver Natanael, disse ter encontrado o Messias prometido. A reação não foi das melhores: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1.46). Chegou, porém, a hora de Jesus dialogar com esse israelita.

Natanael tinha sua figueira, nós temos a nossa. O descrédito que ele conferiu ao Mestre foi retribuído por farta porção de amor. Sua surpresa certamente não era pela capacidade de Jesus enxergar. Sua localização era o que menos importava. Cristo sabia exatamente por que ele estava ali debaixo, o que se passava em seu coração. Várias vezes também estamos assim: debaixo de uma figueira, à sombra da existência. Primeiro, a gente se abaixa; depois, se acomoda e, por fim, se contenta com a penumbra. Os pensamentos oscilam, a mente se desordena.

O Senhor conhecia as batidas do coração de Natanael, cada uma de suas preocupações. Naquele momento Natanael trocava, mesmo sem perceber, a sombra da árvore pela sombra do Onipotente; a sombra da figueira pela sombra da Videira. Convido você a fazer o mesmo. Natanael foi visto por Jesus e ouviu “maiores coisas do que estas verás.” (Jo 1.50).

Extraído do livreto Cada Dia – 28/06/23

terça-feira, 27 de junho de 2023

IMPOSSÍVEL DISFARÇAR

 


E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos...” (Lucas 13.11).

Nem sempre nosso corpo transparece o nosso estado interior. Existe muito sorriso elegante que esconde uma alma aflita. Quantas roupas de grandes grifes escondem um coração em frangalhos! Quanta boa aparência tenta disfarçar perturbações! Incontáveis status sociais pretendem simular falsas sensações. É desanimadora a conclusão de que a humanidade é especialista em disfarce. Para as crises interiores, paliativos exteriores.

Há quem não consiga entrar na lógica do disfarce. Em determinada sinagoga estava uma mulher, cujo estado interior era invariavelmente refletido em seu exterior. Ela era encurvada. Impossível disfarçar. Não há como simular estar bem quando se vive dezoito anos nessa situação. Dezoito anos olhando para o chão sem conseguir contemplar as estrelas, a amplidão. Quase duas décadas convivendo no olhar com a sujeira das ruas.

A expressão “sem de modo algum poder endireitar-se” (Lc 13.11), significa que ela tentou melhorar. De repente, há mudança completa no cenário. Jesus se aproxima e, segundo Lucas 13.12,13, lhe oferta visão (vendo-a), comunicação (chamou-a) e toque (impondo-lhe as mãos). O resultado disto: ela foi curada da enfermidade e passou a glorificar a Deus. O olhar, até então aprisionado ao chão, se dirigiu ao alto, ao Pai das luzes, e o adorou.

Extraído do livreto Cada Dia – 27/06/23

segunda-feira, 26 de junho de 2023

A EXTENSÃO DE UM MILAGRE

 


Todos ficaram possuídos de grande temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós...” (Lucas 7.16).

Não devemos olhar os milagres apenas nos seus efeitos imediatos. Uma vida que recebe tal toque divino obtém muito mais do que parece. Existem muitas bênçãos embutidas dentro de um milagre. A ressurreição do filho da viúva que morava em Naim é um exemplo claro dessa tese. Conquanto seja algo extraordinário o fato de que seu único filho voltou a viver, a repercussão é muito mais abrangente.

Imagine uma mulher que sepultou o marido e sua única companhia familiar é um filho. Esse garoto não tem irmãos. Não bastasse uma tragédia, agora outra bate à porta dessa mulher. Seu único filho morre. Morre com ele a alegria, o sustento, a esperança. O cortejo fúnebre já estava em andamento quando Jesus apareceu. Aquela mulher não sabia, mas o desfile da morte logo seria interrompido.

Jesus oferece à viúva: visão, compaixão e consolo (Lc 7.13). Ao tocar o caixão, algo claramente incomum para aquele tempo, todos ficam paralisados e contemplam a grandiosidade do poder daquele que é capaz de ressuscitar. Sim, a ressurreição é um apogeu milagroso. Mas o efeito imediato de o menino levantar-se é seguido de inúmeros outros benefícios na vida daquela mãe. Não conseguimos imaginar o alcance de um milagre. Ele, por si mesmo, já é algo grandioso; o que dele decorre, é incontável.

Extraído do livreto Cada Dia – 25/06/23

domingo, 25 de junho de 2023

O ROMANO QUE JESUS ADMIROU

 


Ouvidas estas palavras, admirou-se Jesus dele...” (Lucas 7.9).

O natural é que nós venhamos a nutrir admiração por Jesus. Ele ficar admirado conosco parece ser algo mais distante. Todos os dias nos surpreendemos com a bondade de Deus. Ele ficar surpreso conosco é outra história. Quem é esse homem que causa admiração no Filho de Deus? Não sabemos seu nome, mas sim sua função na hierarquia militar romana. Ele comandava uma centúria, guarnição composta entre 80 e 100 soldados romanos.

Apesar do claro antagonismo que havia entre os judeus e o Império Romano, o testemunho dos anciãos sobre o centurião é: “porque é amigo do nosso povo...” (Lc 7.5). Em que pese na cultura romana um servo ser alguém totalmente descartável (a ponto de ao adoecer promover-se a simples substituição), esse homem se importava com os seus servos. Até aqui, vemos compaixão e generosidade em seu jeito de ser.

Quando Jesus sinaliza positivamente ao pedido do centurião pela cura do servo, esse militar reconhece a suprema dignidade de Jesus. Acresça-se humildade à postura. Sendo homem de autoridade, reconheceu que além dos cargos humanos acima e abaixo dele, existe um trono intangível e inigualável. Ao observar o relato desse milagre de Jesus, torna-se mais compreensível o porquê de Jesus ficar admirado com o homem. Aliás, segundo o próprio Senhor, nem mesmo em Israel ele encontrou fé como essa (Lc 7.9).

Extraído do livreto Cada Dia – 25/07/23

sábado, 24 de junho de 2023

DE ASSENTADO A UM SALTO

 


Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho.” (Marcos 10.46).

Estar assentado à beira do caminho não é algo exclusivo ao cego Bartimeu. Muitas pessoas, sem qualquer cegueira, continuam à margem da vida, carecendo de esperança. Com seus olhos físicos impossibilitados de enxergar, Bartimeu se mostra com excelente visão espiritual. Uma coisa é ouvir que Jesus por ali passava, outra é reconhecê-lo como aquele que é antes de todas as coisas e em quem tudo subsiste (Cl 1.27).

Naquele dia, não imaginava Bartimeu que acordaria de um jeito e dormiria de outro, completamente diferente. Acordou na sua condição física de cego, e social de mendigo. Dormiu curado, retomando a construção da sua vida. Entre o passado e o futuro desse homem, Jesus fez-se presente.

O grito: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim”, continua ecoando até hoje. O que por um tempo faltou a Bartimeu acerca da visão, transbordou pelos ares em potência de sua voz. Não adiantou a repreensão da sociedade para que ele se calasse (Mc 10.48), ele passou a bradar mais. Ninguém pode atar os lábios de um adorador. Foi atribuído a um paraquedista austríaco o maior salto da história, quase quarenta mil metros. Ledo engano. Em Jericó houve um salto muito maior, sem qualquer equipamento: Bartimeu “levantou-se de um salto e foi ter com Jesus”. Em instantes, deixou de ser cego.

Extraído do livreto Cada Dia – 24/06/23

sexta-feira, 23 de junho de 2023

APARÊNCIA

 


... Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Marcos 9.24).

Há uma aparente contradição. É possível crer e ter falta de fé? O pai do menino possesso afirma que crê, mas pede a Jesus ajuda em sua falta de fé. Parece-nos que confundimos fé com algumas coisas. Fé não é apenas conhecimento teológico. Os discípulos discutiam com os escribas (Mc 9.14), mas lhes faltou poder. Fé não é solução humana. “Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam.” (Mc 9.18). As soluções humanas são incapazes de suprir nosso anseio de fé.

Fé não convive com condicionantes. “Se tu podes alguma coisa” disse o pai do menino para Jesus (Mc 9.22). Quando se trata de Jesus não estamos diante de limitações ou ressalvas. Tudo o que Jesus quer, ele pode. Não existe “se” para Jesus. Essa conjunção subordinativa condicional não é aplicável ao Verbo que se fez carne.

Fé não é aparência. “Como se estivesse morto...” é o que dizem do menino (Mc 9.26). A ação poderosa de Jesus foi de potência tal que pareceu que o filho estava morto. Mas, apenas pareceu. Fé não tem a ver com aparência. Não se preocupe com aquilo que aparenta acontecer. A fé é tão sólida quanto uma rocha. Pois bem. Aquele pai crê, mas sua fé podia ser aprimorada. Jesus, antes de operar o milagre, diz ao homem algo que até hoje ecoa em cada coração: “Se podes! Tudo é possível ao que crê.” (Mc. 9.23).

Extraído do livreto Cada Dia – 23/06/23

quinta-feira, 22 de junho de 2023

HOMENS OU ÁRVORES?

 


Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando.” (Marcos 8.24).

A Bíblia Sagrada registra a cura de vários cegos. Para cada um, Jesus tem um jeito especial de realizar o prodígio. O cego de Betsaida foi abençoado com uma peculiaridade: Jesus o tocou duas vezes. Na primeira, ao aplicar saliva nos olhos, Jesus impõe as mãos e o homem passa a ver de forma parcial, confundindo homens com árvores. Jesus adota um método gradual. Primeiro, a completa cegueira impera. Segundo, a visão parcial, isto é, um tanto distorcida. Terceiro, a plena visão.

Árvores não andam. O mínimo de discernimento nos faz perceber que há algo embaçado em determinados cenários. Jesus, em tudo, tem lições preciosas. Que privilégio daquele homem ser tocado duas vezes pelas mãos que regem o universo! Que presente ter seu processo de cura plenamente acompanhado por Jesus! Será que aquele cego sabia que, milênios depois, estaríamos nós aqui encantados com sua história?

Dizer que Jesus transforma não é recurso retórico, tampouco clichê. Nossa história tem suas fases. Antes de Jesus éramos completamente cegos. Agora, “... vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.” (1Co 13.12). Um dia, na glorificação, veremos de forma perfeita. Até lá, que Jesus nos ajude a não confundir homens e árvores.

Extraído do livreto Cada Dia – 22/06/23

quarta-feira, 21 de junho de 2023

ELE FEZ DE NOVO

 


Comeram e se fartaram; e dos pedaços restantes recolheram sete cestos.” (Marcos 8.7).

A primeira multiplicação dos pães e peixes (Mc 6.30-43) foi no território de Israel; a segunda, em ambiente gentio. Na primeira, havia lugar próximo que, segundo os discípulos, quem quisesse poderia comprar algo para comer. Na segunda, o deserto é implacável. Nesse cenário, Jesus sabia que se despedisse a multidão, desfaleceriam no meio do caminho. É impressionante a capacidade dele de discernir o que pode abater um ser humano. A ele nada passa despercebido, sua sensibilidade é, literalmente, divina.

Por mais que momentos de escassez sejam pedagógicos, há um limite que pode custar a própria vida. A fome é uma violência. Quando sua abrangência é de uma multidão, o caos fica instaurado. Jesus, ao ver tamanha concentração de pessoas, mostra-se compassivo. Não se trata de uma compaixão meramente sentimental. A dele é sinônimo de ação. Ele repete algo já feito. Multiplicar é sua especialidade.

Quando se trata de Jesus, ele sempre tem algo a fazer. A caminhada com ele é surpreendente. Será que ele consegue de novo? Pode ter sido o pensamento de alguns. Será que ele também faz no território gentio? Perguntariam os novos na fé em Cristo. O incomparável Senhor entra em ação, a multidão se farta e ainda recolhem sete cestos. Eis uma santa conclusão: quem multiplicou alimentos uma vez, pode fazer de novo.

Extraído do livreto Cada Dia – 21/06/23

terça-feira, 20 de junho de 2023

SEM EMPECILHO

 


Abriram-se-lhe os ouvidos e logo se lhe soltou o empecilho da língua...” (Marcos 7.35).

O verbo empecer costuma ser pouco conhecido. O substantivo empecilho, no entanto, está mais presente no cotidiano. Empecer é provocar prejuízo, encontrar ou causar impedimentos. Empecilho é obstáculo, impedimento. Isto é, o que empece. Quanto a isso, todo ser humano tem seu grau. As agruras da vida são invariáveis quanto à ocorrência. Contratempo, embaraço, incômodo. Tudo isso faz parte da trajetória.

Alguns empecilhos são familiares, outros financeiros. Há na saúde, nas emoções. Empecilhos que tiram o ânimo, que reduzem a capacidade. Existem perdas externas, mas também aquelas dentro de nós. O homem do texto sagrado tinha seu empecilho na língua. Falava de forma embaraçada, se fazia compreender com enorme dificuldade, isto é, quando conseguia. O toque de Jesus mudou tudo (Mc 7.33).

A vida desse homem é nitidamente dividida entre antes e depois do toque de Jesus. A nossa também. Não há limites para o poder do Senhor. “Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil?” (Gn 18.14). A mais irrisória das dificuldades e o mais tormentoso obstáculo, para Jesus, possuem o mesmo tamanho. Todos os empecilhos caem diante do poder do céu. Não há o que Jesus não possa desembaraçar. O problema daquele homem estava na fala e na audição. Onde está o seu?

Extraído do livreto Cada Dia – 20/06/23

segunda-feira, 19 de junho de 2023

SIM, SENHOR

 


Ela, porém, lhe respondeu: Sim, senhor...” (Marcos 7.28).

Jesus Cristo foi para um território gentio porque “queria que ninguém o soubesse” (Mc 5.24). Assim, ele chega em Tiro [e Sidom], região da Fenícia, parte da Síria, local marcado pela herança idólatra de Jezabel. Tempos antes, Elias, o profeta, também foi para lá querendo que ninguém o encontrasse (1Rs 17.9). Jesus, no entanto, jamais passou despercebido. Poder e santidade saltavam de todos os seus lados.

Ele foi reconhecido por uma mãe. Não temos o nome dela, apenas sua origem. Não era da casa de Israel. No entanto, os problemas chegaram em sua casa. A filhinha estava oprimida por um espírito maligno. A pouca idade não a livrou de uma profunda angústia. Essa família precisava receber paz e, por obra divina, a própria paz estava passando por ali.

Jesus, porém, seguia o itinerário de seu ministério com o seu povo (Mt 15.24). A mulher insiste. Jesus usa uma famosa expressão da época e ela ganha Jesus. Observe: ela não ganha dele, mas ganha a ele. “Sim, Senhor.” é a expressão de seu coração sofrido. Penoso, porém obediente (Mc 5.28). Cristo não resiste a um coração submisso. Ao suplicar pelas migalhas de Jesus, ela recebeu uma grande bênção. Quando se trata de Jesus, não nos cabe dizer “Não, Senhor.” Qualquer pedido deve preceder uma expressão de obediência.

Extraído do livreto Cada Dia – 19/06/23

domingo, 18 de junho de 2023

JESUS É RECONHECIDO

 


Saindo eles do barco, logo o povo reconheceu Jesus;” (Marcos 6.54).

Após andar sobre as águas, Jesus chega ao outro lado e aporta junto aos seus discípulos em Genesaré. Esse local experimentou o sobrenatural. Todo solo pisado pelo Senhor dos senhores torna-se palco para milagres. Saíram daquele barco vários homens, mas um foi especialmente reconhecido. Os olhares do povo se voltaram para o semblante da glória. Onde Jesus exerce protagonismo, coisas grandiosas acontecem.

Onde ele está, a solidariedade flui. “Traziam em leitos os enfermos para onde ouviam que ele estava.” Não estamos diante do egoísmo, pelo contrário, há um vento de generosa vontade de abençoar o outro. Não se trata da minha cura, mas sim, da nossa. Eis a fé cristã: o Pai é nosso, assim como o pão e o perdão (Mt 6.9-13). Fé comunitária, generosa, participativa e corajosa.

Estava naquele local não apenas o vento que empurra as ondas, soprava ali o próprio Deus. Curas e milagres aconteceram nesse lugar onde Jesus foi reconhecido. Ele, com seu peculiar jeito de agir, permitiu ser tocado. Houve ocasião em que curou tocando; em outra, sem qualquer toque; nessa, permitindo que fosse tocado. Sua multiforme graça continua promovendo prodígios hoje. Servir uns aos outros nos leva à nobre função de dispenseiros desse reconhecido favor que não merecemos (1Pe 4.10).

Extraído do livreto Cada Dia – 18/06/23

sábado, 17 de junho de 2023

TODA A VERDADE

 


... veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade.” (Marcos 5.33).

A expressão toda a verdade é cheia de significado. Nada fica de fora. Não há relativismo, omissão ou metades. A total declaração da verdade é um ato de extrema coragem; e é esta palavra: coragem, que define a mulher que tocou as vestes de Jesus (Mc 5.27). Senão, veja-se: 1 - Coragem de não desistir: ela padeceu nas mãos de vários médicos, gastou tudo o que tinha, sem resultado; mas prosseguiu (Mc 5.26). 2 - Coragem de enfrentar a multidão: apesar de toda segregação que a situação lhe causava, ela se coloca entre a multidão na esperança de tocar em Jesus (Mc 5.27).

O Senhor sempre honra atos de coragem. Dele saiu poder para curá-la. A mulher está atemorizada, porém, consciente do que nela se operara (Mc 5.33). Que grande lição! Até mesmo tremendo, devemos preservar-nos cônscios. Nenhuma verdade contada a Jesus é rejeitada. Ele não resiste ao coração genuinamente sincero. E é bem provável que seja esse um dos maiores atos de coragem: contar toda a verdade para Jesus.

O teor dessa conversa não está registrado nas Sagradas Escrituras, o assunto era entre ela e Jesus. Ele sempre nos preserva. É improvável tocar nele e não se prostrar. Ele é a própria verdade (Jo 14.6). Quanto a você, querido leitor, qual verdade precisa contar para Jesus hoje? Não importa qual, desde que seja toda.

Extraído do livreto Cada Dia – 17/06/23

sexta-feira, 16 de junho de 2023

CARGO E CARGA

 

Jesus foi com ele.” (Marcos 5.24).

Jairo era um dos principais da sinagoga (Mc 5.22). Sua alta posição, porém, foi incapaz de garantir a vida de sua preciosa filha. Até mesmo os maiores cargos são incapazes de levar a nossa carga. Cargos e cargas. Duas palavras tão parecidas na escrita e tão diferentes no significado. “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.” (Gl 6.2). O cargo de Jairo foi incapaz de levar sua carga. O desespero do pai o leva ao limite.

Primeiro, Jesus é interrompido no caminho por uma mulher enferma há doze anos (Mc 5.25). O tempo de sofrimento da mulher era o mesmo que a filha de Jairo tinha de vida. Segundo, Jesus é interrompido por alguns que sentenciaram a morte da menina (Mc 5.35). Terceiro, Jesus é interrompido pelo escárnio daqueles que riram da palavra dele (Mc 5.40). A fé de Jairo é levada ao limite.

Não é de hoje que tentam impedir Jesus de agir, pelos mais variados motivos e sentimentos. Mas nada pode, de fato, interrompê-lo. As pausas no meio do caminho revelam ainda mais a soberania absoluta dele, sobre tudo e sobre todos. O Salvador opera algo sobrenatural: “Menina, eu te mando, levanta-te!” (Mc 5.41). É impossível negar que tudo isso apenas acontece porque Jesus foi com ele. A doce companhia de Jesus, independentemente dos cargos, sempre alivia as cargas.

Extraído do livreto Cada Dia – 16/06/23

quinta-feira, 15 de junho de 2023

O RETRATO DO CAOS

 


O qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo;” (Marcos 5.3).

Poucos relatos dão conta de uma situação tão deplorável. O homem vivia nos túmulos, era companheiro da morte, seu cheiro era cadavérico, seu olhar era fúnebre. Ele representava um caos social. Por sua causa, todo ambiente em que ele estava se tornava impossível de transitar. Tentaram, sem êxito, prendê-lo com grilhões. Uma ameaça para os outros, um perigo para si mesmo, pois se feria com pedras. Estamos falando de um fantoche do diabo, uma marionete da maldade.

Sua história é conhecida em todo o mundo, trata-se do endemoninhado geraseno. Legião era o nome da força maligna que o tomou. Uma legião enumera-se em seis mil. Essa inexplicável opressão é o retrato do caos. Mas, quando todos já haviam desistido desse homem, o Senhor Jesus atravessa uma tempestade e chega na margem do mar, à terra dos gerasenos.

Jesus liberta aquele homem. Nosso Salvador não fez uso de pirotecnia, não houve alarido de autopromoção. Ele não transformou a libertação daquele homem em palco de negócios. Pelo contrário, bastou uma ordem direta: “Espírito imundo, sai desse homem!” (Mc 5.8) e uma derrota visível das trevas se consolidou (Mc 5.13). Jesus é especialista em mudar retratos do caos. Quando ele chega, o relato se modifica: o homem está assentado, vestido e em perfeito juízo.

Extraído do livreto Cada Dia – 15/06/23

quarta-feira, 14 de junho de 2023

O TRAVESSEIRO

 


E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro...” (Marcos 4.38).

Todos já ouviram falar que Jesus dormia enquanto seus discípulos enfrentavam uma grande tempestade. O detalhe, talvez perdido ou displicentemente ignorado, é que o Senhor dormia repousado num travesseiro. Ele utilizou um instrumento de descanso. Agora, o que tinha essa almofada que o fez se desligar do barulho do vento? Aliás, como você tem dormido? Como está seu travesseiro? Com lágrimas? Suor? Dores? Paz?

É importante entender que nosso cansaço pode tirar de nós algo muito especial: o brilho dos olhos. Portanto, faça pequenas pausas. Outrossim, respire fundo, desfrute da criação divina. Cada gota do imenso mar é prova do grandioso amor de Deus por nós. O ritmo acelerado da nossa vida nos leva a esquecer a bem-aventurança de ter um bom travesseiro. Não necessariamente de penas de ganso, mas afofado por paz e segurança.

Jacó́ fez de uma pedra seu travesseiro. Talvez não tenha sido o melhor instrumento, mas ele dormiu e sonhou (Gn 28.18). Quero encorajar você a encontrar descanso. O “vinde a mim” continua valendo para todos nós, cansados e sobrecarregados (Mt 11.28). Algumas tempestades da vida demoram a passar; não deixe de dormir por causa delas. Faça da fé o seu travesseiro e verá que uma boa noite de sono é capaz de acertar muitas coisas (pelo menos dentro de nós).

Extraído do livreto Cada Dia – 14/06/23

terça-feira, 13 de junho de 2023

A MÃO NÃO MAIS RESSEQUIDA

 


E disse Jesus ao homem da mão ressequida: Vem para o meio!” (Marcos 3.3).

Ressequida, mirrada, não desenvolvida, seca, sem conteúdo, inútil. Tudo isso pode caracterizar uma das mãos daquele homem. Incrédulos, legalistas, traiçoeiros, duros de coração. Tudo isso pode caracterizar aqueles que “estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem.” (Mc 3.2). Amoroso, poderoso, compassivo, gracioso, justo e santo. Tudo isso caracteriza o Senhor Jesus.

Vem para o meio” significa sair da margem, ir para a vida. Significa que Jesus chegou, que entrou na sinagoga o dono da vida, o médico por excelência. O homem obedeceu. Sua mão estava ressequida, mas seu coração não estava. Ao ouvir Jesus mandando que ele estendesse a mão, ele agiu na hora. Sua mão estava mirrada, sua confiança em Jesus, não. A restauração foi imediata. Diante de uma ordem do Santo de Deus, a decisão mais inteligente é obedecer sem pestanejar.

Assim foi feito. Nada impede Jesus, nada detém seu agir, não há o que obstrua a força de sua presença. A conspiração dos fariseus com os herodianos não o impediu, o plano de lhe tirar a vida não o amedrontou (Mc 3.6). Ele é senhor do sábado (Mt 12.8). Ele é santo (Is 6.3), imutável (Tg 1.17), onipotente (Ap 19.6) e soberano (Ef 1.11). Com essas credenciais, não há mão que permaneça ressequida.

Extraído do livreto Cada Dia – 13/06/23

segunda-feira, 12 de junho de 2023

O MILAGRE DE TER AMIGOS

 


Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados.” (Marcos 2.5).

Não sabemos o nome do paralítico, mas há uma informação muito preciosa: ele foi levado até Jesus por quatro homens (Mc 2.3,4). Nada pôde impedi-los de ajudar o amigo. Havia uma multidão na casa em que Jesus estava, então eles “descobriram o telhado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente.” Quanta determinação! Quanta criatividade!

A vida desse homem não deve ter sido fácil, sua condição física o limitava sobremaneira. No turbilhão de sua vida, uma bênção restou evidente: ele tinha amigos. Não amigos quaisquer, mas aqueles mais chegados que irmãos (Pv 18.24). Como é bom o milagre de ter pessoas que nos levam até Jesus, que nos carregam quando somos incapazes de prosseguir. Amigos que não desistem de nós, que enfrentam uma multidão em nosso nome.

Um detalhe importantíssimo nesse milagre: “Vendo-lhes a fé”. Estamos diante do plural, do coletivo. Jesus também contemplou a fé dos amigos para realizar o sobrenatural. A fé de um amigo, considerada para um milagre na vida do outro. Ademais, para nós hoje, que grande milagre é ouvir de Jesus: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” (Jo 15.15). Aleluia!

Extraído do livreto Cada Dia – 12/06/23