domingo, 31 de janeiro de 2021

NO SENHOR HÁ ESPERANÇA

 “Sede fortes, e revigore-se o vosso coração,
 vós todos que esperais no Senhor” (Salmo 31.24)

A vida não é indolor. As pressões, as tentações e as angústias que nos assolam com frequência, nos enfraquecem e minam o nosso vigor. Ficamos abatidos. Beijamos o pó. Vamos à lona. Nessas horas precisamos ouvir os imperativos que emanam da Palavra de Deus. Duas ordens nos são dadas aqui. A primeira delas é que devemos ser fortes. A força vem de Deus e não dos nossos braços frágeis. Não se trata aqui de psicologia de autoajuda. Essa ajuda vem do alto. Essa força procede de Deus.

A segunda ordem é revigore-se o vosso coração. Nosso coração desmaiado pelas tempestades da vida só pode ser revigorado pela força do Onipotente. Quem pode ser fortalecido? Quem pode ter o coração revigorado? Aqueles que esperam no Senhor! Essa esperança não vem da saúde nem da força dos músculos. Não procede da riqueza nem dos amigos. Essa força não vem dos homens, mas de Deus; não procede da terra, mas do céu.

Não podemos viver rendidos à fraqueza se o Deus todo-poderoso é o nosso ajudador. Não podemos viver sem vigor se o Deus de toda a graça pode nos revigorar. Como viver sem esperança se podemos esperar no Senhor? Ele nos ama e é poderoso para nos restaurar. Ele fortalece e revigora todos aqueles que nele esperam. Nele há esperança. Ele é a nossa esperança. 

Extraído do livreto Cada Dia  – 31/01/21

Se Ele aquietar, quem então inquietará?

 Se Ele aquietar, quem então inquietará? Jó 34.29

      Existe um tipo de calma que se manifesta em meio da fúria do temporal. Vamos navegando tranqüilamente; Ele está conosco no barco; ao chegarmos ao meio do lago, longe da terra, sob a escuridão da noite, de repente levanta-se uma furiosa tempestade. A terra e o inferno parecem estar aliados contra nós, e cada onda parece que vai tragar-nos. Mas ali Ele desperta do Seu sono e repreende as ondas; Sua mão levantada traz bênção e repouso sobre a ira dos elementos em tumulto. E a Sua voz faz-se ouvir acima do silvo dos ventos que crispam as águas: “Cala-te, aquieta-te”. – Você não a está ouvindo? – Segue-se depois uma grande bonança. “Se Ele aquietar...”
  Existe uma calma que está presente, mesmo quando não sentimos consolações. Algumas vezes Ele retira de nós esses sentimentos, porque começamos a dar-lhes muito valor. Somos tentados a olhar para o gozo, para os êxtases, para os transportes e visões, com uma atenção um tanto especial. Então Ele, por nos amar muito, os afasta de nós. Mas por Sua graça, nos leva a distinguir entre os sentimentos e Ele mesmo. Chega-Se a nós e nos assegura de Sua presença. E uma grande calma nos vem guardar o coração e a mente. “Se Ele aquietar, quem então inquietará?”

“Se Ele aquietar”, quem pois inquietará?
Vem aquietar minha alma, Salvador.
Tu vês que o vento é forte, e estou tentando
As águas cercam-me de todo lado,
E sinto aperto; sinto angústia e dor .
Vem aquietar minha alma, Salvador.

Quero-Te ouvir a voz em meio aos ventos,
E em paz descansarei:
Tu que foste tentado, estás comigo;
Tu que sofreste dor és meu abrigo;
E inda que as águas rujam e se perturbem,
Ou que se abalem montes, e se mudem,
Ouvindo a Tua voz, não temerei.

Sei que estás perto, e embora eu não O sinta
Quando as rajadas úmidas me atingem,
Tu o prometeste – isso me bastará.
Tua Palavra traz-me segurança.
Na tempestade, em Ti gozo bonança.
Se Ele aquietar, quem pois inquietará? 

 Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman  31/01

sábado, 30 de janeiro de 2021

PRIMEIRO CHORO, DEPOIS ALEGRIA

 
“... ao anoitecer, pode vir o choro,
mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30.5b).

O percurso do berço à sepultura é uma caminhada acidentada. Há curvas sinuosas, montes íngremes, ladeiras escorregadias e pinguelas estreitas. Atravessamos dias de calor sufocante e enfrentamos noites geladas. Há momentos de fraqueza, dor e tristeza, quando dos nossos olhos brotam torrentes de lágrimas. Essas são as noites escuras da alma, quando a enfermidade desidrata a nossa saúde, quando a dor castiga o nosso corpo, quando os temores assaltam a nossa mente, quando as nossas emoções são amassadas pelos dramas da vida.

Há momentos em que olhamos para frente e vemos apenas um corredor escuro, sem uma luz no fim do túnel. Há horas em que a alegria se afasta de Deus, sem qualquer promessa de retorno. Porém, quando a noite trevosa se vai e o sol mostra seu rosto, lavado no orvalho da manhã, no pico das montanhas, ele traz em suas asas a alegria do alívio, da cura, do consolo, da restauração.

Mesmo que o choro tenha durado a noite inteira, a alegria vem pela manhã. Deus é o nosso consolador. Ele enxuga dos nossos olhos toda a lágrima. Nele temos uma fonte inexaurível de consolo e paz. A noite não é permanente. Caminhamos para a cidade santa, onde não haverá mais noite nem precisaremos de luz de candeia. Ali Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima. 

Extraído do livreto Cada Dia  – 30/01/21

Serei para Israel como orvalho


Serei para Israel como orvalho. Oséias 14.5

      O orvalho é uma fonte de refrigério. É a provisão da natureza para a renovação da face da terra. Ele cai de noite, e sem ele a vegetação morreria. É esse grande valor do orvalho que é tantas vezes reconhecido nas Escrituras.
      Ele é usado como símbolo de refrigério espiritual. Como a natureza é banhada pelo orvalho, assim o Senhor também renova o Seu povo. Em Tito 3.5, o mesmo pensamento de refrigério espiritual está ligado ao Espírito Santo – a “renovação do Espírito Santo”.
      Muitos cristãos não reconhecem a importância do orvalho celeste em suas vidas, e como resultado, falta-lhe frescor e vitalidade. Têm o espírito desfalecido, por falta de orvalho.
      Meu irmão, você reconhece a loucura que seria um operário passar o dia trabalhando, sem comer. Mas reconhece também a loucura que é um crente querer servir a Deus, sem comer do maná celeste? Não basta recebermos alimento de quando em quando. Precisamos receber cada dia a renovação do Espírito Santo. Nós bem sabemos quando estamos cheios de vigor espiritual, e quando nos sentimos exaustos e desgastados. A quietude e a absorção são as atitudes propícias para recebermos o orvalho. À noite, quando a vegetação repousa, os poros das plantas estão abertos para receber o banho refrescante e revigorador; assim, na quietude aos pés do Senhor, vem-nos o orvalho espiritual. Coloquemo-nos quietos diante dEle. A pressa impede que recebamos o orvalho. Esperemos diante de Deus, até estarmos impregnados da Sua presença: então entraremos no serviço do Rei, na certeza de que temos o vigor de Jesus Cristo. – Dr. Pardington
      O orvalho não cai enquanto há calor ou vento. A temperatura precisa estar baixa e o vento cessar, e o ar precisa estar fresco e calmo – de uma completa quietude, por assim dizer – para que possa produzir suas invisíveis partículas de umidade para orvalhar a erva e a flor. Assim também, a graça de Deus não pode trazer refrigério ao homem, enquanto ele não estiver naquele necessário ponto quieto.

O Bom Pastor minha alma refrigera.
Quero estar quieto a Seus pés.
Quieto para aprender; pra conhecê-LO;
Pra contemplar a Sua formosura;
Pra receber o orvalho que renova
E me infunde vigor; é dura a prova.
Eu venho estar, Senhor,
Quieto a Teus pés.
   
     Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 30/01

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Deus está no meio dela

Deus está no meio dela, não será abalada: Deus a ajudará ao romper da manhã. Salmo 46.5

      “Não será abalada” – que declaração inspiradora. Será que nós, tão facilmente agitados pelas coisas da terra, ainda veremos o dia em que nada poderá abalar a nossa calma? Sim, isto é possível. O apóstolo o conheceu. Quando estava a caminho de Jerusalém, sabendo que o esperavam “cadeias e tribulações”, pôde dizer triunfantemente: “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo”. Tudo o que podia ser sacudido, na vida de Paulo, havia sido sacudido, e ele não mais contava por preciosa a sua vida nem nada que possuísse. E nós, se apenas deixarmos que Deus faça conosco o que quiser, podemos provar a mesma coisa, experimentando que nem as pequenas preocupações da vida nem as grandes e pesadas provas podem ter o poder de mover-nos da paz que excede o entendimento. Isso é o que está assegurado na Palavra como a porção dos que aprenderam a descansar só em Deus.
      “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá”. Ser inabalável como uma coluna na casa de nosso Deus é um fim pelo qual de bom grado suportaríamos todas as sacudidas porventura necessárias. – Hannah Whitall Smith 
      Quando Deus está no meio de um reino ou cidade, Ele o faz firme como o monte Sião, que não se abala. Quando Ele está no centro de uma vida, embora as calamidades a cerquem de todos os lados e rujam como ondas do mar, contudo há uma constante calma no seu interior, uma tal paz, a qual o mundo não pode dar nem tirar. O que é que leva o homem a ficar agitado como as folhas, a qualquer rajada de perigo, se não que, em vez de estar Deus em seu coração, ali está o mundo? – Archbishop Leighton

 “Os que confiam no Senhor são como o monte Sião,
  que não se abala, firme para sempre”.    
  
 Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman  29/01

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

"...zelo por vós com zelo de Deus..."

 

"...zelo por vós com zelo de Deus..." 2 coríntios 11.2

É preciso ver o carinho com que um harpista trata a sua harpa! Ele a dedilha como quem acaricia uma criança a repousar no seu regaço. Sua vida gira em torno dela. Mas, observemos quando ele a afina. Toma-a com firmeza e, num movimento brusco, fere-lhe uma corda; e enquanto ela estremece como num ai, ele se inclina sobre ela atentamente para apanhar o primeiro som que vem. A nota, como ele temia e áspera. Ele vai esticando a corda com a torturante cravelha; embora ela pereça pronta a rebentar pela tensão, ele ainda a fere de novo, inclinando-se para ouvi-la, atento como antes; e assim prossegue, até que lhe vemos um sorriso no rosto, quando o primeiro som limpo e perfeito se faz ouvir.

Pode ser que Deus esteja lidando assim conosco. Ele nos ama muito mais do que um harpista ama a sua harpa, mas encontra em nós um conjunto de cordas desafinadas. Por meio da angústia, Ele vai ajustando as cordas do nosso coração; Ele Se inclina sobre nós com ternura, ferindo a corda e escutando; e, ouvindo apenas uma queixa áspera, fere de novo, enquanto Seu próprio coração sofre por nós, esperando ansiosamente por aquela melodia: “Não se faça a minha vontade, e, sim, a Tua” – que é doce aos Seus ouvidos, como o canto dos anjos. E não cessará de ferir a corda, até que nossa alma, disciplinada pela aflição, se harmonize com as harmônicas do Seu próprio ser. – Selecionado

O que eu faço não sabes inda agora’.
Depois o entenderás’.
Meus caminhos não são os teus caminhos’.
Crê somente’, e tem paz.

São marcadas as mãos que te modelam.
Traspassadas por ti.
Deixa nelas, inteiro, o teu cuidado;
E reclina-te ali.

No momento parece de tristeza
A firme correção;
Mas depois produz fruto de justiça.
E abranda o coração

Que depois, trabalhado pela graça.
Cantarás em louvor:
Pelos anos em que tu me afligiste,
Dou-te graças Senhor!”

Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 28/01

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Ele mesmo vos há de aperfeiçoar

       Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar,  fortificar e fundamentar. 1 Pedro 5.20

      Para entrarmos em um novo relacionamento com Cristo em nossa vida, precisamos primeiro ter iluminação intelectual suficiente para satisfazer a mente, convencendo-nos de que temos o direito de estar nesse relacionamento. A mais leve sombra aniquilará a nossa confiança. Mas, uma vez tendo esclarecido tudo, então é só nos lançarmos à aventura: fazer a escolha e colocar-nos ali, assumindo aquela posição. E isto de forma tão definida como a árvore que fica plantada no solo, ou como a noiva que no altar se entrega definitivamente ao noivo. Algo definitivo, sem reservas, e sem voltar atrás.
      Vem depois um tempo de firmação, confirmação e prova, durante o qual precisamos “ficar ali” até que o novo relacionamento se firme e torne-se um hábito permanente. É como quando o cirurgião encana um braço quebrado. Ele o coloca entre talas, para protegê-lo de vibrações. Assim, Deus tem talas espirituais, que Ele quer pôr em Seus filhos para conservá-los quietos e sem se moverem daqui para ali, até que passem o primeiro estágio de fé. Isso nem sempre é fácil para nós, mas “o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar”. – A. B. Simpson

Em Cristo a mesa é farta.
E é mesmo para nós.
Não nos endureçamos
Se ouvirmos Sua voz.
Tomemos o que é nosso.
Entremos no repouso.
Sentemo-nos. 
Comamos.
Honremos ao Senhor

Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman   27/01

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

O SENHOR, DIGNO DE GLÓRIA

 


Tributai ao Senhor, filhos de Deus,
 tributai ao Senhor glória e força” (Salmo 29.1).

O Salmo 29 trata da poderosa voz de Deus. Começa com um chamado à adoração, uma convocação solene aos próprios anjos a se unirem à igreja e renderem ao Senhor glória e força. O Senhor é digno de receber honra e força porque ele é o criador, o Deus da nossa salvação, o nosso libertador e consolador. Aquele que possui glória em si mesmo deve receber da igreja todo o reconhecimento. Ele é a própria força, mas a igreja deve atribuir a ele toda força.

Esse tributo não deve ser dado aos deuses dos povos, mas unicamente ao Senhor, pois só ele é Deus. Ele é digno de adoração por causa da excelsitude de seus atributos e da grandeza insondável de suas obras. Ele é glorioso em si mesmo. O Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito Santo, sendo um só Deus, subsiste em três pessoas distintas, mas da mesma substância. Não há outro Deus além do Senhor. Os deuses dos povos não passam de ídolos.

Porém, o Senhor fez os céus e a terra e sustém todas as coisas pela palavra do seu poder. Anjos e homens devem render-lhe glória e louvor. Os mais altos seres angelicais reconhecem a majestade do Senhor. Cobrem o rosto diante de sua santidade e prestam-lhe santas homenagens. E você tem tributado ao Senhor a glória devida ao seu nome? Tem dado a ele glória e força?

Extraído do livreto Cada Dia – 26/01/21

Eis aqui

 

Eis aqui, tenho começado a dar-te... começa pois a possuir. Deuteronômios 2.31

Muitas vezes a Bíblia nos fala a respeito de esperarmos no Senhor. Toda a ênfase que dermos a este ponto nunca é demais. Facilmente nos impacientamos ante a demora de Deus. Grande parte de nossas aflições provêm da pressa. É como se não pudéssemos esperar o fruto amadurecer, e quiséssemos colhê-lo verde. Não conseguimos esperar pela resposta de nossas orações, embora às vezes sejam necessários longos anos de preparação para que aquilo que pedimos venha a ser nosso. Somos exortados a andar com Deus; muitas vezes, no entanto, Deus anda muito devagar. Contudo, há outra face da lição: Deus freqüentemente espera por nós.

Varias vezes deixamos de receber a bênção que Ele preparou para nós, porque não estamos avançando com Ele. Assim como perdemos muitas bênçãos por não esperarmos por Deus, também perdemos outras por esperarmos além do tempo. Há ocasiões em que a nossa força se revela em permanecermos quietos, mas há também ocasiões em que devemos avançar com passo firme.

Muitas promessas de Deus estão condicionadas a um começo de ação da nossa parte, isto é, quando começamos a obedecer, Deus começa a abençoar-nos. Grandes promessas foram feita a Abraão, mas nenhuma delas poderia ter sido alcançada se ele ficasse esperando na Caldéia. Ele teve de deixar lar, amigos, o país, e sair por veredas desconhecidas, continuar avançando em constante obediência, a fim de receber as promessas. Os dez leprosos receberam a ordem de ir apresentar-se ao sacerdote, e, “indo eles, foram purificados”. Se tivessem esperando para ver a purificação em seu corpo antes de saírem, nunca a teriam visto. Deus estava esperando, para purificá-los; e no momento em que sua fé entrou em ação, a bênção veio.

Quando os israelitas estavam sem saída, perseguidos pelo exército junto ao mar Vermelho, Deus lhes ordenou que marchassem. Seu dever não era mais esperar, mas levantar-se dos seus joelhos e avançar no caminho da fé. Também em outra ocasião receberam ordem de mostrar sua fé, avançando diante do Jordão quando suas águas corriam e transbordavam pelas margens. Eles tinham na mão a chave para abrir o portal da Terra Prometida, mas a porta não se moveria, enquanto não se chegassem a ela e a destrancassem. Aquela chave era a fé. Nós somos colocados diante de certas batalhas. Dizemos que nunca seremos vitoriosos; que nunca derrotaremos aqueles inimigos; mas, quando entramos no conflito, alguém se achega e luta ao nosso lado, e por meio dEle somos mais do que vencedores. Se, temendo e tremendo, tivéssemos ficado à espera da manifestação de nosso ajudador, antes de entrarmos na batalha, teríamos esperado em vão. Deus está esperando para derramar ricas bênçãos sobre nós. Avancemos confiantes e tomemos o que é nosso. Eu tenho começado a dar-te, começa a possuir.J. R. Miller

Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 26/01

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

UMA ORAÇÃO INTERCESSÓRIA

 
“Salva o teu povo e abençoa a tua herança;
 apascenta-o, e exalta-o, para sempre” (Salmo 28.9).

Davi começa e termina o Salmo 28 com oração. Ele inicia orando por ele e termina orando pelo povo. Sua oração intercessória tem quatro pedidos específicos. O primeiro deles é: “salva o teu povo”. Havia muitos perigos e ameaças ao povo de Deus. Ainda hoje somos cercados de inimigos que tentam nos destruir. Precisamos de livramento e salvação e só Deus pode ser o nosso salvador. O segundo pedido é: “abençoa a tua herança”. Somos a herança de Deus e necessitamos da bênção de Deus. Toda boa dádiva procede de Deus. Ele é abençoador, sua bênção satisfaz e com ela não vem desgosto.
O terceiro pedido é: “apascenta o teu povo”. Davi, que era pastor, olha para Deus como o bom, o grande e o supremo pastor e roga a ele para pastorear o seu povo. Somos como ovelhas frágeis, vulneráveis, míopes e inseguras. Somente sob o cuidado do divino pastor podemos nos sentir seguros diante dos ataques dos predadores.
O quarto pedido é: “exalta o teu povo”. Isso significa, dá vitória ao teu povo, conduza-o em triunfo. Não o deixe entregue nas mãos dos inimigos. Esse pedido de Davi tem um acréscimo: “... para sempre”. Davi pede não apenas uma vitória temporária e passageira. Anela por uma vitória permanente, final e eterna. Você tem orado em favor do povo de Deus?

Extraído do livreto Cada Dia  – 25/01/21

A tua vara e o teu cajado

 A tua vara e o teu cajado me consolam. Salmo 23.4

      Na casa de meu pai, na fazenda, há um pequeno armário junto à lareira, onde estão guardados os bordões e bengalas de várias gerações de nossa família. Em minhas visitas à velha casa, quando meu pai e eu vamos sair para uma caminhada, muitas vezes abrimos aquele armário e tiramos dali o bastão que mais nos convém para o passeio. Isso muitas vezes ma faz lembrar que a Palavra de Deus é um bordão.
      Durante a guerra, quando pairava sobre nós o desânimo e uma constante ameaça de perigo, o verso “Não se atemorizam de más notícias; o seu coração é firme, confiante no Senhor” (Salmo 112.7) serviu-me de bordão para atravessar muitos dias escuros.
      Quando a morte levou nosso filho e deixou-nos quase despedaçados, encontrei outro bordão, na promessa de que “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”.
      Quando fiquei separado dos meus por um ano por causa de minha saúde, sem saber quando me seria permitido voltar para casa e trabalhar novamente, levei comigo este bordão que nunca falhou: “Eu é que sei que pensamento tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamento de paz, e não de mal”.
      Em tempos de maior perigo ou dúvida, quando todos os juízos humanos pareciam não ter nenhum valor, foi suave avançar com este bordão: “No sossego e na confiança estaria a vossa força”. E nas emergências, quando parecia não haver tempo para tomar uma deliberação ou mesmo para agir, este bordão nunca me falhou: “Aquele que crer, não se apresse”. – Benjamin V. Abbott em The Outlook  
     “Eu nunca teria compreendido”, disse a esposa de Martinho Lutero, “o que significavam certas palavras de alguns salmos, as expressões de angústia de espírito, jamais entenderia a prática dos deveres cristãos, se Deus não me tivesse dado aflições”. De fato, a vara de Deus é como o ponteiro do professor, que aponta a letra para que o aluno possa acompanhá-la melhor; com ela Ele nos aponta muitas lições boas que de outra forma não aprenderíamos. – Selecionado
    
       Deus sempre envia, com a Sua vara, o Seu cajado.
 
      “O ferro e o metal será o teu calçado, e a tua força será como os teus dias”. (Deuteronômios 33.25)
      Podemos estar certos de que, se Deus nos envia por terrenos pedregosos, Ele nos provê de sapatos fortes; e não nos mandará a nenhuma caminhada sem nos equipar convenientemente para ela. – Maclaren    
 
Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman  25/01

domingo, 24 de janeiro de 2021

O SENHOR É NOSSA FORÇA E REFÚGIO

 “O Senhor é a força do seu povo, 
o refúgio salvador do seu ungido” (Salmo 28.8).

Davi sai do campo puramente pessoal e confessa que o Senhor é, também, a força do seu povo. O Senhor não é apenas nossa força, mas também é a força do seu povo. Aquilo que experimentamos não é exclusivo. Não é privilégio só nosso. Como povo de Deus, de igual modo, podemos desfrutar das mesmas bênçãos e privilégios que Davi experimentou. Dos crentes mais antigos aos mais novos, dos mais piedosos aos mais novos na fé, todos podem conhecer o Senhor como a sua força.

Mas, Davi reconhece, outrossim, que o Senhor é o refúgio salvador do seu ungido. Agora, novamente volta-se para sua experiência pessoal, como rei de Israel, para confessar que o Senhor muitas vezes foi o seu refúgio salvador. Quantas guerras foram travadas! Quantas emboscadas sofridas! Quantos ataques enfrentados! Quantas armadilhas foram colocadas em seu caminho. De todas o Senhor o livrou. O Senhor, de fato, foi o refúgio salvador de Davi e do seu povo.

Como o Senhor é imutavelmente o mesmo, o que ele fez no passado, continua fazendo no presente e ainda fará no futuro. Ele é a nossa força. Ele é o nosso refúgio salvador. Dele vem o nosso livramento. Ele é o estandarte da nossa vitória. Quando os inimigos vêm para nos destruir, eles é que tropeçam e caem e nós permanecemos de pé.

 Extraído do livreto Cada Dia  – 24/01/21

Mas a pomba, não achando onde

 

      Mas a pomba, não achando onde pousar o pé, tornou a ele... À tarde ela voltou a ele; trazia no bico uma folha nova de oliveira. Gênesis 8.9-11

      Deus sabe exatamente quando nos deve negar qualquer sinal de encorajamento e quando nos deve dar algum. Como é bom saber que sempre podemos confiar nEle! Quando nos são tiradas todas as evidências de que Ele Se lembra de nós, tanto melhor. A Sua Palavra e as Suas promessas são muito mais sólidas e de confiança do que qualquer evidência fornecida pelos sentimentos, e o Senhor quer que aprendamos isso. Quando Ele nos dá as evidências, muito bem; mas saberemos apreciá-las melhor depois de termos confiado sem elas. Os que estão prontos a confiar em Deus sem outra evidência senão a Sua Palavra, sempre recebem o maior número de evidências da parte do Seu amor.– C. G. Trumbull                                                                                                 Meu Deus,
Que bom saber que existes;
Que estás ai; que és 
sempre o mesmo.
Saber que tudo sabes;
Que és amor;
E saber que o meu tempo
 e os meus dias
Estão nas Tuas mãos.

Que bom, meu Deus.
Senhor 
Que bom que me alcançaste
Mediante a cruz.
Que bom que posso ver-Te;
Chegar-me como sou e 
como estou;
Falar contigo;
Ouvir-Te.
Que bom, Senhor.  

Meu Pai.
Que bom ter a Palavra;
Saber que é viva como Tu és vivo;
E ter em mim o Espírito da graça
Que ilumina pra mim
E a torna vida em mim.
Meu Pai, que bom.
     
        A demora de Deus não é uma recusa; muitas orações são registradas na Sua presença, tendo ao lado as palavras: “Ainda não é chegada a minha hora”. Deus tem um tempo aprazado e também um propósito estabelecido. Aquele que traça os limites da nossa habitação ordena também o tempo do nosso livramento.

Deus não tarda,
Crê, somente.
A seu tempo
Fará tudo,
Prontamente.

Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman   24/01

sábado, 23 de janeiro de 2021

MOTIVOS PARA LOUVAR A DEUS

 


... por isso, o meu coração exulta,
 e com o meu cântico o louvarei” (Salmo 28.7b).

As intervenções de Deus a nosso favor devem produzir gratidão em nós. Davi, em virtude de o Senhor ter sido sua força e seu escudo, exulta de alegria e prorrompe em louvor ao Senhor. Ele abre seus lábios para louvar a Deus e expressar sua gratidão. Esse é um princípio importante. Deus se agrada de um coração grato. O rei Ezequias foi curado por Deus de forma milagrosa. Deus libertou Jerusalém do cerco do império assírio. Ezequias, porém, ao receber dádivas tão generosas, em vez de voltar-se para Deus com exuberante gratidão, engrandeceu seu coração. E isso foi mau aos olhos do Senhor.
A ingratidão é uma atitude imprópria para um filho de Deus. Temos sido abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais em Cristo. Deus nos deu a vida, a respiração e tudo o mais. Fomos amados de antemão. Fomos escolhidos para a salvação antes da criação do mundo. Fomos chamados com santa vocação. Fomos regenerados pelo Espírito Santo e selados para o dia da promessa.

Nosso nome está escrito no Livro da Vida. Temos a Palavra de Deus como nossa bússola. Temos o Espírito Santo em nós como nosso guia e consolador. Somos herdeiros de Deus e coherdeiros com Cristo. Somos cidadãos dos céus. Privilégios tão grandes requerem de nós uma gratidão profunda e um louvor sincero!

Extraído do livreto Cada Dia – 23/01/21

Por que te conservas longe

 

Por que te conservas longe, Senhor? 
Salmos 10.1

Deus é “socorro bem presente na angústia”. Mas Ele permite que as tribulações nos alcancem, como se estivesse indiferente à sua pressão perturbadora, para que cheguemos ao fim de nossas próprias forças e descubramos o tesouro escondido, o imenso lucro da tribulação. Podemos estar seguros de que Aquele que permite o sofrimento está conosco na dor. Pode ser que só O vejamos quando a aflição já estiver passando, mas precisamos atrever-nos a crer que Ele nunca sai de perto do crisol. Nossos olhos estão vendados e não podemos ver Aquele a quem amamos. Está escuro – as vendas nos cegam, de forma que não podemos enxergar a figura do Sumo Sacerdote: Ele está ali, profundamente compadecido. Não consideremos os nossos sentimentos, mas a Sua imutável fidelidade; e embora não O vejamos, falemos com Ele. Assim que começamos a conversar com Jesus, crendo na Sua real presença, embora nos esteja velada, vem-nos em resposta a Sua voz – que nos prova que Ele está ali no meio da sombra, velando sobre o que é Seu. O Pai está tão perto quando passamos pelo túnel, como quando caminhamos sob o céu aberto.

Comigo estás, Senhor
Embora eu não Te veja,
Sei muito bem que Tu comigo estás.
Segura forte a minha mão na dor;
Cerca o meu coração com Teu amor;
Ergue a minha alma, e que ela firme esteja.
Repouso em Ti, Senhor.
Comigo estás.

Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 23/01

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

EM DEUS VOCÊ PODE CONFIAR

 


O Senhor é a minha força e o meu escudo;
 nele o meu coração confia, nele fui socorrido...” (Salmo 28.7a).

Davi dá um testemunho belíssimo de quem é Deus e o que Deus fez por ele. Em primeiro lugar, ele diz que Deus é a sua força. Suas conquistas e vitórias não procederam de sua força, estratégia ou poder militar, mas de Deus. O Senhor não apenas dá força, ele é a nossa força. Em segundo lugar, Davi diz que o Senhor é o seu escudo. Ou seja, Deus é o seu protetor. Davi foi atacado por muitos inimigos. Foi vítima de conspiração. Tentaram impedir que ele assumisse o trono e depois tentaram derrubá-lo do trono. Mas, Deus o protegeu de todos esses ataques. Deus foi seu escudo protetor.

Em terceiro lugar, Davi diz que o Senhor foi alvo de sua confiança. Ele diz: “Nele o meu coração confia”. O Senhor é confiável. Jamais decepciona aqueles que nele esperam. Seu caráter é santo. Suas palavras são fiéis e verdadeiras. Suas obras são perfeitas. Não há nele nenhuma sombra ou variação. Ele é imutável e rigorosamente fiel à sua aliança.

Em quarto lugar, Davi diz que foi socorrido em Deus e por Deus. Porque Deus é a nossa força, o nosso escudo confiável, podemos ter a garantia de que o nosso socorro vem dele. Estamos nele e sob suas asas as tempestades não podem nos destruir. Porque ele está em nós, os dardos inflamados do inimigo não podem nos destruir.

Extraído do livreto Cada Dia – 22/01/21

Para um lugar deserto

 Para um lugar deserto, à parte.  Mateus 14.23
     
 “Na pausa não há música, mas a pausa ajuda a fazer a música”. Na melodia da nossa vida a música é interrompida aqui e ali por “pausas”, e nós, sem refletir, pensamos que a melodia terminou. Deus nos envia um tempo de parada forçada, de enfermidade, de planos fracassados, de esforços frustrados, e faz uma pausa repentina no coral de nossa vida. E nós lamentamos que a nossa voz tenha de calar-se, e tenha de faltar a nossa parte na música que sobe constante aos ouvidos do Criador. Mas, como é que o maestro lê a pausa? Ele continua a marcar o compasso com a mesma precisão e toma a nota seguinte com firmeza, como se não tivesse havido interrupção alguma.
      Deus segue um plano ao escrever a música de nossas vidas. A nossa parte deve ser aprender a melodia, e não desmaiar nas “pausas”. Elas não estão ali para serem passadas por alto ou serem omitidas, nem para atrapalhar a melodia ou alterar o tom. Se olharmos para cima, Deus mesmo marcará o compasso para nós. Com os olhos nEle, vamos ferir a próxima nota com toda a clareza. Se murmurarmos tristemente: “Na pausa não há música”, não nos esqueçamos, contudo, de que “ela ajuda a fazer a música”. Compor a música da nossa vida é geralmente um processo lento e trabalhoso. Com paciência Deus trabalha para nos ensinar! E quanto tempo Ele espera até que aprendamos a lição!  – Ruskin

Chamado à parte, 
pra ficar parado.
Pausa. Silêncio em 
minha atividade.
Quanta coisa parada, 
que entendia
Encaminhar, 
fazer e realizar.
Chamado à parte? 
– Para estar a sós
Com meu Senhor
Chamado à parte. 
A um lugar deserto.
Ninguém afim para 
ouvir as queixas.
Para entender,
 para simpatizar.
E a dor, a incompreensão,
 dúvidas, sombras...
Chamado à parte? 
– Pra falar a sós 
Com meu Senhor.

Chamado à parte
A uma longa espera.
Parece às vezes que
não passa o tempo.
Teria pressa! A noite se
aproxima!
Tanta necessidade... 
e nada posso.
Chamado à parte? 
 – para andar a sós
Com meu Senhor

Chamado à parte, para
estar com Ele.
Privar com ele, andar
no passo dEle.
Que importa se outras
coisas não
são feitas?
Das muitas coisas, 
uma é necessária.
Chamado à parte? 
– para conhecê-LO
– O meu Senhor.  
 
Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman  22/01

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

DEUS ESCUTA NOSSAS ORAÇÕES

 
“Bendito seja o Senhor, porque 
me ouviu as vozes súplices” (Salmo 28.6).

A vida não se desenrola num jardim engrinaldado de flores. Não pisamos em tapetes aveludados. Não vivemos numa colônia de férias. Pisamos desertos tórridos. Atravessamos vales escuros. Enfrentamos tempestades severas. Nosso corpo, muitas vezes, é fuzilado pela enfermidade. Lágrimas quentes lavam nosso rosto sulcado de dor. Quando estamos no miolo da tempestade, sendo surrados por ventos violentos, clamamos por ajuda e gritamos por socorro.

Com nossa voz trêmula e com aperto no coração suplicamos pela intervenção divina. Ah, como é consolador saber que nossa voz não se perde nas dobras do passado! Como é bom saber que não alçamos nossa voz a um ídolo mudo que nada pode fazer! Como é animador saber que o soberano Deus, que está assentado no trono e tem as rédeas da história em suas mãos, ouve o nosso clamor, vê as nossas lágrimas e intervém para nos livrar.

Orar é conectar a terra com o céu. Orar é unir a fraqueza humana com a onipotência divina. Orar é juntar o altar da terra com o trono do céu. Quando erguemos a Deus nossas vozes súplices, o braço onipotente do Senhor é acionado para nos trazer livramento. Você tem exaltado a Deus como Davi por ter suas orações respondidas? Você reconhece os gloriosos feitos de Deus em resposta às suas orações?

Extraído do livreto Cada Dia  – 21/01/21

Em nada considero a vida preciosa

     Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo. Atos 20.24

      Lemos no livro de Samuel que, quando Davi foi ungido rei em Hebrom, “todos os filisteus subiram em busca de Davi”. No momento em que obtemos do Senhor qualquer coisa pela qual vale a pena lutar, já o adversário vem em nosso encalço.
      
      Quando o inimigo nos vem de encontro no limiar de algum grande serviço para Deus, aceitemos isto como um “indício de salvação”, e tomemos da parte de Deus bênção dobrada: a vitória e poder se desenvolve pela resistência. O canhão atira mais longe porque o poder explosivo tem que vencer uma resistência. A eletricidade é produzida na usina distante, pela brusca fricção das turbinas em giro. Assim descobriremos um dia que até mesmo Satanás foi um dos agentes das bênçãos de Deus. – Days of Heaven upon Earth
      A tribulação é o caminho do triunfo. O caminho que passa pelo vale conduz a uma vereda elevada. Em todas as coisas grandes, estão as marcas da tribulação. As coroas são preparadas em cadinhos. O caráter das pessoas que se encontram aos pés de Deus é forjado nos sofrimentos aqui na terra. Ninguém que nunca pisou os lagares da dor sabe o que é triunfar. Com profundos sulcos de angústias cavados em sua fronte o “Homem de Dores” disse: “No mundo passais por aflições” – mas depois disto vem a confortadora promessa: “tende bom ânimo, Eu venci o mundo”. As pegadas da dor se vêem por toda parte. Nos degraus que levam aos tronos vemos marcas de sangue. As cicatrizes são o preço dos cetros. As nossas coroas serão arrancadas às mãos dos gigantes que conquistarmos. Não é segredo que o sofrimento sempre foi a porção dos grandes.
      A tribulação tem sido a marca no caminho de todos os grandes reformadores. É a história de Paulo, de Lutero, Savonarola, Knox, Wesley e todos os outros soldados do poderoso exército. Eles alcançaram o poder, através de grande tribulação.
      Os grandes livros têm sido escritos com sangue do autor. Quem foi o incomparável poeta dos gregos? Homero. Mas o grande cantor era cego. Quem escreveu o imortal “O Peregrino”? Um príncipe vestido de púrpura, reclinado em deliciosos coxins?! Não! Os halos fulgurantes daquela visão douraram as paredes escuras da velha prisão de Bedford, onde João Bunyan, o nobre prisioneiro, o glorioso gênio, transcrevia fielmente a cena.

Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman   21/01

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

OS ÍMPIOS SERÃO DERRUBADOS

 
“E, visto que não atentam para os feitos do Senhor [...] Ele os derrubará e não os reedificará” (Salmo 28.5).

A marca de um homem ímpio é que ele não leva Deus em conta. Vive como se Deus não existisse. Um ímpio não necessariamente é uma pessoa depravada, chafurdada em violência ou corrupção. Ele apenas toca a vida como se tudo viesse dele, tudo fosse feito por meio dele e tudo existisse para ele. Seu mundo gira em torno dele mesmo. Ele é a medida de todas as coisas. O ímpio não dá atenção aos feitos do Senhor nem para o que fazem as mãos de Deus. Fecha os olhos às evidências do poder de Deus na criação e tapa os ouvidos à poderosa voz de Deus que ecoa das Escrituras.

O ímpio recebe as benesses generosas da providência de Deus, mas não lhe dá graças. De Deus recebe a vida, a saúde, o sustento, a família e a proteção, mas não adora a Deus por suas dádivas. O ímpio, porém, tão seguro de si, será derrubado não pelas circunstâncias, mas pelo próprio Deus. Ao cair não será reedificado, porque em seu coração não há quebrantamento.

O arrependimento não faz parte de sua vida. Oh, a vida sem Deus tem apenas aparência de segurança. Longe de Deus a vida é incerta e insegura. Só Deus pode ser o nosso refúgio. Só nele podemos ser sustentados na jornada da vida. Só Ele pode nos levantar e nos reerguer quando tropeçamos. Ele é a nossa esperança. Dele vem o nosso socorro.

Extraído do livreto Cada Dia  – 20/01/21

Melhor é a mágoa do que o riso

 Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. Eclesiastes 7.3 
      
Quando a tristeza vem sob o poder da graça divina, ela tem um múltiplo ministério em nossa vida. A tristeza revela profundezas de nossa alma que não conhecíamos, bem como capacidades de experiência e serviço que ignorávamos. Pessoas fúteis, levianas, são sempre superficiais, e nunca têm a mais leve idéia das coisas mesquinhas que há em sua natureza. O sofrimento é o arado de Deus, que revolve as profundezas da alma para que ela possa produzir mais abundante colheita. Se não tivéssemos caído, em Adão, então a força normal para dilatar as capacidades da nossa alma seria a alegria divina. Mas num mundo decaído, o sofrimento (desprovido, porém, do desespero) é o instrumento escolhido por Deus para nos revelar aos nossos próprios olhos. Assim, é a dor que nos faz pensar profunda, longa e sobriamente.
      
O sofrimento nos faz andar mais devagar e com mais consideração pelos outros, e leva-nos a pesar os nossos motivos e atitudes. O sofrimento é que abre os nossos olhos para as potencialidades da vida espiritual que Deus pôs em nós. É o sofrimento que nos faz dispostos a usar toda a nossa capacidade em servir a Deus e ao próximo.
      
Imaginemos um grupo de pessoas indolentes, vivendo ao pé de uma cadeia de montanhas, sem nunca se aventurarem a explorar os seus vales e reentrâncias; um belo dia, uma tempestade violenta bate contra aqueles montes e rasga as suas gargantas, pondo à mostra os recessos ocultos dos vales. Então os habitantes do sopé dos montes se maravilham ante os segredos inexplorados de uma região tão próxima e contudo tão desconhecida. Assim acontece com muitas almas que vivem indolentemente na periferia de sua própria natureza, até que grandes tempestades de sofrimentos vêm revelar profundezas escondidas, de seu ser, que até então nem supunham existir.
      
Ninguém é grandemente usado por Deus, sem antes ser quebrado. José sofreu mais que qualquer outro filho de Jacó. E isto o levou à tarefa de dar suprimento para todas as nações. Por esta razão o Espírito Santo disse a respeito dele: “José é um ramo frutífero... junto à fonte: seu galhos se estendem sobre o muro” (Gênesis 49.22). É o sofrimento que faz dilatar a alma. – The Heavenly Life 
Eu vi o arado sulcando a terra, e meditei:
A minha vida é como um campo sob o olhar do Senhor;
– Onde irá crescer o precioso grão?
Onde, a fé? Onde, o amor? A compreensão?
– No sulco aberto pela dor.
Cada pessoa e cada nação tem que aprender na escola da adversidade, na escola de Deus. “Podemos dizer: ‘Bendita é a noite, pois nos faz ver as estrelas’. Do mesmo modo podemos dizer: ‘Bendito é o sofrimento, pois nos faz ver as consolações de Deus’. as enchentes levaram-lhe a casa e o moinho, tudo o que o pobre homem possuía na vida. Mas enquanto contemplava a cena de sua miséria depois de baixadas as águas, com o coração partido e desanimado, ele viu alguma coisa brilhando nos barrancos desnudados pelas águas. ‘Parece ouro’, disse. E era ouro. A enchente que o havia deixado pobre o fazia rico. Assim acontece muitas vezes na vida”. – H. C. Trumbull   
 
Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman   20/01 

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

O QUE O HOMEM SEMEIA, COLHE

 
“Paga-lhes segundo as suas obras,
segundo a malícia de seus atos...” (Salmo 28.4).

Davi ora reivindicando o exercício da justiça divina. Há uma lei universal que jamais pode ser alterada. Colhe-se o que se planta. Essa lei se aplica tanto à agricultura como aos vários aspectos da vida pessoal. É impossível plantar uma erva venenosa e colher frutos nutritivos. É impossível semear vento e não colher tempestade. É impossível semear na carne sem colher corrupção. A Palavra de Deus é clara: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

Davi está convencido que os ímpios não escaparão do justo julgamento divino. Eles podem enganar os homens com seu linguajar bajulador, mas não a Deus. Eles receberão a justa retribuição de suas obras más; eles receberão o que merecem. Debaixo do sol, os ímpios conseguem proezas com suas palavras cheias de lisonja. Praticam suas obras nas trevas e ainda são tidos como beneméritos da sociedade.

Porém, diante dos olhos oniscientes do todo-poderoso Deus, essas máscaras não se sustentam. Os ímpios podem ser aplaudidos nos tribunais da terra, porém, colherão a safra maldita de sua semeadura insensata. A lei da causa e efeito, da semeadura e da colheita, pode ser frustrada no escrutínio dos homens, mas jamais prosperará diante do tribunal de Deus.

 Extraído do livreto Cada Dia  – 19/01/21

Orar sempre e nunca esmorecer

 Orar sempre e nunca esmorecer. Lucas 18.1

      “Vai ter com a formiga”. Tamerlane costumava contar aos amigos uma estória de sua mocidade. “Certa vez”, dizia ele, “para escapar dos inimigos, fui forçado a me esconder nas ruínas de um edifício, e passei ali sentado muitas horas. Desejando distrair a mente da triste situação em que me achava, fiquei olhando uma formiga que subia por uma parede, carregando um grão de trigo maior do que ela; contei todas as suas tentativas para alcançar o objetivo. O grãozinho caiu sessenta e nove vezes, mas o inseto perseverou, e, ao completar setenta vezes, alcançou o topo. Aquela cena me deu coragem no momento, e nunca esqueci a lição”. – The King’s Business
      A oração que toma como razão para desânimo o fato de orações passadas não terem sido respondidas, já deixou de ser a oração da fé. Para a oração de fé, a ausência de resposta é apenas evidência de que o momento da resposta está muito mais perto. De princípio a fim, as lições e os exemplos do Senhor nos ensinam: a oração que não persevera, não insiste no pedido e não se renova mais e mais, tomando forças de cada petição anterior, não é a oração que prevalece. – William Arthur 
      Certa vez o grande músico Rubenstein disse: “Se passo um dia sem praticar, eu noto a diferença; se passo dois dias, meus amigos notam a diferença; se passo três dias, o público nota a diferença”. É como se costuma dizer: a perfeição vem com a prática. Assim, pois, continuemos a fazer a Sua vontade. Em qualquer ramo da arte, por exemplo, se alguém deixar de praticar, sabemos qual será o resultado. Se apenas usássemos em nossa vida religiosa o mesmo tipo de senso comum que usamos em nosso viver diário, caminharíamos para a perfeição.
      Este era o moto de Davi Livingstone: “Eu resolvi nunca parar sem ter chegado ao fim e cumprido o meu propósito”. Com firme persistência, e confiante em Deus, ele venceu. 
   
 Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 19/01

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

PALAVRAS QUE ESCONDEM O CORAÇÃO

 
“Não me arrastes com os ímpios [...] os quais falam de paz ao seu próximo, porém no coração têm perversidade” (Salmo 28.3)

Uma das grandes lutas espirituais de Davi era o temor de ser tratado como um ímpio. Ele não quer ser confundido com os ímpios nem arrastado com eles. A razão que ele dá é eloquente: os ímpios são falsos em suas palavras. Eles falam uma coisa e sentem outra. Carregam uma fera indomável atrás dos dentes. Falam de paz e alimentam perversidade. Sua língua é cheia de engano. Seu coração é um antro de perversidade e um ninho cheio de víboras peçonhentas.

Porém, os ímpios escondem seus propósitos nefastos atrás de palavras bajuladoras. Oh, quão perigosa é a língua! É mal incontido, carregada de veneno mortífero. A língua tem o poder de dirigir para o bem ou para o mal. É como o leme de um navio ou como o freio do cavalo. A língua tem o poder de destruir, pois é como um fogo que devasta o que tem pela frente ou como um veneno que carrega em si o poder de matar.

A língua pode ser, entretanto, como uma árvore frutífera ou como uma fonte que nutre os sedentos com a seiva da vida. Como você lida com a sua língua? Você tem glorificado a Deus com suas palavras? Você tem encorajado os santos? Tem anunciado as boas novas de salvação? Que as palavras de seus lábios e o meditar do seu coração sejam agradáveis na presença de Deus! Que você jamais esconda seu coração atrás de suas palavras.

Extraído do livreto Cada Dia  – 18/01/21

Graças, porém, a Deus

 Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo. 2 Coríntios 2.14

     De aparentes derrotas Deus tira as Suas maiores vitórias. Muitas vezes o inimigo parece triunfar temporariamente, e Deus assim permite. Depois então Ele confunde toda a obra do inimigo, desfaz sua aparente vitória e, como diz a Escritura, “transtorna o caminho dos ímpios”. Assim Ele nos leva a experimentar uma vitória muito maior do que se não tivesse permitido ao inimigo um aparente triunfo no início.
   A história dos três moços hebreus lançados na fornalha ardente é bastante conhecida, e nos traz um exemplo de vitória aparente do inimigo. Parecia que os servos do Deus vivo iam sofrer uma terrível derrota. Por certo nós já estivemos em situações onde parecíamos derrotados – e o inimigo se regozijava. Podemos imaginar a derrota completa que os três jovens pareciam estar sofrendo: lançados na fornalha, com os inimigos observando para vê-los arder naquelas chamas. Porém, em que grande pasmo ficaram estes ao vê-los passeando dentro do fogo! E Nabucodonosor falou-lhes: “Saí e vinde”. Nem um fio de cabelo estava queimado e nem havia cheiro de fogo em suas vestes, “porque não há outro Deus que possa livrar como este”.
        Essa derrota resultou em extraordinária vitória.
   Suponhamos que aqueles três homens tivessem perdido a fé e a coragem e tivesse murmurado, dizendo: “Por que Deus não nos livra de irmos para a fornalha?” Teriam sido queimados, e Deus não teria sido glorificado.
    Se hoje passarmos por uma grande provação, não a tomemos como derrota, mas continuemos, pela fé, a declarar vitória por intermédio dAquele que é poderoso para fazer-nos mais do que vencedores: uma gloriosa vitória logo aparecerá. Aprendamos que, em todos os lugares difíceis a que Deus nos leva, Ele está criando oportunidades para exercitarmos a nossa fé, de tal forma que ela traga resultados positivos e glorifique o Seu nome. – Life of Praise
                      O temporal nos faz buscar abrigo.
A tempestade no viver,
Embora queira parecer 
Vitória do inimigo, 
Nos leva a procurar,
E então a conhecer
De perto 
O grande Amigo!
Por isso, aos temporais que me afligiram,
Hoje eu bendigo  

 Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 18/01

domingo, 17 de janeiro de 2021

SÚPLICAS HUMILDES DO ADORADOR

 
“Ouve-me as vozes súplices, quando a ti clamar por
 socorro, quando erguer as mãos para o teu santuário” (Salmo 28.2).

Davi é um homem de oração. Nos momentos mais críticos de sua vida ele orou. Nas horas mais festivas ele também orou. Davi se aproxima de Deus não como um fariseu soberbo com alma empavonada. Ele se achega, humildemente, cônscio de que carece da misericórdia divina. Ele não estadeia suas virtudes, roga clemência. Não reivindica direitos, pede socorro. Não toca trombetas alardeando seus méritos, clama por ajuda.

Davi é um adorador cujo coração está apegado ao santuário de Deus. Ali ficava a Arca da Aliança. Ali o sangue da expiação era derramado. Ali a glória excelsa de Deus se manifestava. Ali a presença manifesta de Deus era o clímax da adoração. Igual a Davi, devemos anelar pela presença de Deus. Devemos nos achegar confiadamente junto ao trono da graça, com humilde devoção. Devemos levantar nossas mãos e adorar aquele que, por amor de nós, desceu até nós, para nos libertar da escravidão e da morte.

Que nossas vozes súplices sejam ouvidas no céu. Que jamais nos cansemos de buscar a face daquele que nos ama. Que nossas orações subam como incenso agradável a Deus. Que nossas mãos se ergam para adorar aquele que é digno de todo louvor. Deus não procura adoração, mas adoradores que o adorem em espírito e em verdade. É tempo de buscarmos ao Senhor!

Extraído do livreto Cada Dia  – 17/01/21

Daniel, servo do Deus vivo

 Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões? Daniel 6.20
      
Deus vivo. Quantas vezes encontramos esta expressão na Escritura! E no entanto, é justamente o que perdemos tão facilmente de vista. Sabemos que está escrito: Deus vivo, mas em nosso viver diário parece que nada perdemos de vista tão depressa como o fato de que Deus é o Deus vivo; é agora o mesmo que era há três ou quatro mil anos; tem para com os que O amam e servem o mesmo poder soberano, o mesmo amor salvador, que teve também no passado; e fará agora pelos Seus o que já fez há três ou quatro mil anos – simplesmente porque é o Deus vivo, Aquele que não muda. Oh, como devemos confiar nEle, e em nossos momentos mais sombrios, nunca perder de vista que Ele ainda é e sempre será o Deus vivo!
    Se andamos com Ele, olhamos para Ele e dEle esperamos socorro, podemos estar certos de que Ele nunca nos desamparará. Sou um velho irmão, que conheço o Senhor há quarenta e quatro anos, e digo para seu encorajamento, que Deus nunca falhou para comigo. Nas maiores dificuldades, nas provas mais difíceis, na maior pobreza e necessidade, Ele nunca me falhou. Por Sua graça aprendi a confiar nEle, e Ele tem sempre vindo em meu socorro. Tenho prazer em falar bem do Seu nome – Jorge Müller
   Lutero, certa vez, num momento de perigo e temor em que tinha necessidade de força espiritual, foi visto absorto, escrevendo com o dedo na mesa: “Vivit! Vivit!” (Ele vive! Ele vive!) Essa é a nossa esperança – para nós mesmos, para a Sua verdade e para a humanidade! Os homens vêm e vão. Lideres, mestres, pensadores falam e trabalham por um tempo e então caem, sem voz e sem força. Ele permanece. Eles morrem, mas Ele vive. Eles são luzes acendidas,e portanto, mais cedo ou mais tarde, se apagam. Ele é a verdadeira luz, da qual os outros obtêm, o seu brilho: Ele brilha para sempre! – Alexandre Maclaren
     “Um dia vim a conhecer o Dr. John D. Adams”, escreveu o servo de Deus C. G. Trumbull, “e fiquei sabendo que, o que ele considerava a sua maior posse era a permanente consciência da presença do Senhor Jesus. Dizia que nada lhe dava maior segurança do que a consciência de que o Senhor estava sempre com ele em presença real. Dizia que isto não dependia de seus sentimentos ou emoções, nem de seus merecimentos ou de suas próprias idéias sobre como o Senhor manifestaria a Sua presença.
     “Dizia ainda que Cristo era o lar dos seus pensamentos. Toda vez que sua mente estava livre de outros assuntos, voltava-se para Cristo; e ele falava em voz alta com Cristo quando estava só – na rua em qualquer outro lugar – tão fácil e naturalmente como com um amigo qualquer. Tão real era para ele a presença de Jesus”.
  Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 17/01

sábado, 16 de janeiro de 2021

QUANDO DEUS FICA EM SILÊNCIO

 
“... não sejas surdo para comigo; para que não suceda, se te calares acerca de mim, seja eu semelhante aos que descem à cova” (Salmo 28.1b)

O silêncio de Deus grita mais alto nos ouvidos da nossa alma que o ruído mais barulhento das circunstâncias mais medonhas. Davi não teme o alarido do inimigo, mas fica apavorado com a possibilidade de Deus estar em silêncio. O menor silêncio de Deus é um ruído insuportável para ele. Por isso, ora para Deus não tapar os ouvidos ao seu clamor. Davi tira a sua força não de suas estratégias militares, mas da oração. Ele sabe que se Deus se agradar dele e responder suas orações, ele triunfa. Porém, se Deus virar o rosto dele e ficar em silêncio, ele se perturba.

Vale destacar, também, que não devemos calar nossa voz se Deus fica em silêncio. O silêncio do céu é sempre pedagógico. Quando Deus fica em silêncio ele não está inativo, mas preparando algo maior e melhor para aquele que clama. O maior temor de Davi era ser levado para a morte na correnteza com os homens perversos. Ele não quer ser contado entre aqueles que vivem na iniquidade e se esquecem de Deus.

Seu maior anseio é pela presença de Deus. Ele não possui nenhum bem maior do que Deus nesta vida e nenhuma herança mais sublime do que Deus na vida porvir. Davi tem seu prazer em Deus e por isso não suporta o silêncio de Deus. Ele quer andar com Deus e não ser misturado com os iníquos.

Extraído do livreto Cada Dia  – 16/01/21

Levantou-se grande temporal

 Levantou-se grande temporal. Marcos 4.37

    Algumas das tempestades de vida vêm de repente: uma grande dor, um desapontamento amargo, uma derrota esmagadora. Outras vêm devagar: aparecem nos recortes do horizonte, pequenas como a mão de um homem; mas a aflição que parecia tão insignificante se espalha até cobrir o céu, e nos confunde.
      Contudo, é na tempestade que Deus nos prepara para o Seu serviço. Quando Deus quer um carvalho, Ele o planta num lugar onde as tormentas o fustigarão e onde as chuvas baterão contra ele, e é no meio da batalha contra os elementos que o carvalho ganha suas fibras e se torna o rei da floresta.
  Quando Deus quer aperfeiçoar um homem, Ele o coloca em alguma tempestade. A história dos grandes homens é sempre de rudezas e asperezas. Nenhum homem se faz, enquanto não tiver passado pelas ondas da tormenta e encontrado a resposta da sua oração: “Ó Deus, toma-me, quebranta-me, faze-me”.
   Certo francês pintou um quadro de grandeza incontestável: ali figuram oradores, filósofos, mártires, pessoas que se destacaram em alguma fase da vida. O fato notável a respeito do quadro é o seguinte: cada homem que se destaca por sua habilidade, destacou-se primeiro por seu sofrimento. No primeiro plano está o homem a quem foi negada a entrada na terra prometida – Moisés. A seu lado está outro, tateando em seu caminho – o cego Homero. Ali está Milton, cego e de coração partido. Depois vem a figura de um que se ergue entre os demais. E qual a Sua característica? Seu rosto está desfigurado, mais do que qualquer outro, o artista poderia ter escrito debaixo de sua obra prima: “Frutos da Tormenta”.
      As belezas da natureza surgem após as chuvas. A beleza da montanha nasce na tempestade. E os heróis da vida são os que foram açoitados pela tormenta e marcados pela batalha.
    Todos nós já estivemos na tempestade e em meio aos açoites dos ventos. Quais foram as conseqüências? Ficamos feridos, cansados e abatidos no vale? Ou nos erguemos aos picos de uma vida mais rica, mais profunda, mais estável? Nós nos tornamos mais ternos e compassivos para com os feridos da tormenta e marcados da batalha? – selecionado 
 
Só pode consolar
 Quem simpatiza.
 Só simpatiza
 Quem também sofreu.
 Por isso nos consola o Homem 
 de dores.
 Pois nossas dores
 Padeceu.

E na fornalha 
da aflição
Deus nos 
prepara
Pra levarmos
também
Consolação.
 
 Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 16/01

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

DEUS, A NOSSA ROCHA

 


A ti clamo, ó Senhor, 
rocha minha...” (Salmo 28.1a)

Davi está cercado de homens malignos, mentirosos, que tramam perversidades e não levam em conta as obras de Deus. Em face desse cerco de homens iníquos e perigosos, ele clama ao Senhor, sua rocha. Destacamos três pontos importantes. Primeiro, o clamor é um grito por socorro. Clamar é mais do que pedir. É apelar com senso de urgência. É demonstrar uma grande necessidade que não pode esperar. É extravasar a voz pelos poros da alma.

Segundo, Davi endereça o seu clamor ao Deus da aliança. 
O Senhor é o soberano Deus, cheio de misericórdia, que entrou em aliança com o seu povo para salvá-lo, guardá-lo e conduzi-lo em triunfo. Davi não se dirige a um deus pagão nem a um ídolo feito por mãos humanas. Ele apela para aquele que está no trono e tem as rédeas da história em suas mãos.

Terceiro, o Senhor é sua rocha. A metáfora usada por Davi aponta para a firmeza e perenidade do socorro que temos em Deus. Ele não se abala. Os vendavais furiosos das circunstâncias mais adversas não podem estremecer aquele que é a nossa rocha. Nele temos refúgio verdadeiro. Firmados nele jamais seremos abalados. Mesmo que os inimigos se levantem contra nós, essa rocha será pedra de tropeço para eles e segurança para nós. Mesmo que eles não reconheçam a Deus, essa pedra cairá sobre eles e serão consumidos.

Extraído do livreto Cada Dia – 15/01/21

Na mesma noite lhe apareceu o Senhor.

         Na mesma noite lhe apareceu o Senhor.
Gênesis 26.24

     Ele apareceu a Isaque naquela mesma noite, a noite em que fora a Berseba.
Será que esta revelação foi um acaso? Será que a ocasião foi acidental? Será que poderia ter acontecido igualmente em outra noite qualquer? Se pensamos que sim, estamos inteiramente enganados. Porque terá isto acontecido na noite em que Isaque chegou a Berseba? Porque essa foi a noite em que ele alcançou descanso. Em sua antiga localidade ele tinha estado perturbado. Tinha havido ali uma série de querelas mesquinhas quanto à posse de uns simples poços. Não há nada que perturbe tanto como pequenos aborrecimentos, principalmente se vem uma série deles. Isaque sentiu isso. Mesmo depois de passada a luta, o lugar guardava uma associação desagradável. Ele resolveu sair dali. Buscou mudança de ambiente. Armou suas tendas longe do lugar das antigas lutas. E naquela mesma noite veio a revelação. Deus falou, quando não havia tempestade interior. Ele não podia falar enquanto a mente estivesse preocupada; precisamos estar quietos para ouvir Sua voz. Só em quietude de espírito Isaque pôde perceber o bulir suave das vestes do Senhor ao passar. Aquela noite de quietude foi luminosa para ele.
     Será que já consideramos bem as palavras: “Aquietai-vos, e sabei”?  Nas horas de perturbação não podemos ouvir a resposta às nossas orações. Quantas vezes nos parece que a resposta vem muito depois! O nosso coração não obtém a resposta no momento em que clama, isto é, na hora da tempestade, durante a prova de fogo, enquanto dura a tormenta interior. Mas quando cessa o pranto, cai o silêncio e a nossa mão desiste de bater contra a porta de ferro; quando o interesse por outras vidas abranda a tragédia da nossa, então surge a tão demorada resposta. Devemos descansar, se queremos obter o desejo de nosso coração. Deixemos de tantas preocupações pessoais: nas tribulações de todos, esqueçamos a nossa própria aflição. Nessa mesma noite o Senhor nos aparecerá. Sobre as águas que se abaixam, brilhará o arco-íris, e no silêncio ouviremos a música do alto. – George Matheson
   
    Pára um pouco,                                              
    Pára um pouco,                                             
    Deus quer falar-te e não ouves.                     
    Há murmúrios, vozerios,                               
    Agitações em teu mundo;                              
    Dentro de ti, um tumulto...                                   
    Mas por quê?                                                 
    Porque não paras.                                                  

Não te chegas ao Senhor
Pra contar-Lhe o que se passa;
E pra saber que Ele reina; 
Pra descansar em Seus braços;
Pra que Ele ordene os seus passos  
“Aquietai-vos...” 
“Vinde a Mim...” 
Pára e vem.  
                                   
 Extraído do livro Mananciais no Deserto – Lettie Cowman 15/01