terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

VIOLÊNCIA, RECONCILIAÇÃO E CULTO

 

    “Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento [...].” (Mateus 5.22).

Há certo gosto macabro pela violência e pela morte e que ronda a mente de muitas pessoas. O sucesso dos videogames e dos filmes violentos, noticiários sensacionalistas e séries destes gêneros apontam para a constatação. Porém, o problema é até que ponto essa predileção banaliza a vida e anestesia a sensibilidade humanas? É uma questão que merece atenção e estudo. Contudo, esse ambiente hostil não seria reflexo de algo mais profundo e íntimo?

Quando nos Dez Mandamentos Deus disse para não matar, mais do que coibir a violência, o propósito era a promoção da vida, uma das expressões da imagem e semelhança de Deus no homem. Contudo, a tradição religiosa e legalista judaica resumiu este mandamento a mera observação externa. Violento era somente quem matava. Porém, como é feito ao longo do Sermão do Monte, Jesus aprofunda esse mandamento.

A valorização da vida e o respeito ao ser humano começam em nossos sentimentos, ecoam nas palavras e condicionam o nosso culto. A legitimidade das ofertas que tanto valorizamos está ligada à necessidade ou não de reconciliação com aqueles que têm algo contra nós. Dito de outra maneira, o sangue derramado é resultado direto de um mundo interior conturbado e de uma sociedade que desaprendeu a valorizar a vida.

Extraído do livreto Cada Dia – 08/02/22

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